A pergunta que mais respondi ontem foi de torcedores de diversos segmentos sobre o que acontecerá com a Copa do Mundo em Curitiba. A todos esclareci que o evento em Curitiba parece ser irreversível. A administração pública é impessoal, reza a nossa constituição. Logo, os atos que estão assinados e em plena vigência devem ser respeitados, não importa quem seja o novo prefeito.
Um dos maiores erros cometidos pelo prefeito Luciano Ducci, com o aval incondicional do governador Beto Richa, foi colocar dinheiro público em obra particular. Decisão ilegal e sem amparo moral. Iniciativa que tirou votos preciosos do prefeito que não se reelegeu. Se já tinha a antipatia de um exército de torcedores do Coritiba e do Paraná, Ducci também ficou atritado com parte da torcida atleticana ao retirar da Câmara de Vereadores o escandaloso projeto que aumenta o valor do potencial construtivo para o Atlético.
Não há dúvida que o desgaste causado pelo uso de dinheiro público na Arena particular do Rubro-Negro foi fator essencial para derrubar eleitoralmente o atual prefeito. Um erro de avaliação ao mexer com a paixão popular, ardente com certeza, que o futebol desperta. Ducci pagou caríssimo pela decisão inconveniente, inclusive, porque o Atlético poderia, como pode, ainda, fazer o seu estádio da Copa utilizando meios comerciais convencionais.
Dinheiro público precisa ser guardado com total responsabilidade e aplicado com a mesma correção.
A Copa do Mundo não é um projeto de Estado. É uma ambição exacerbada do ex-presidente Lula, que por pouco não vendeu a alma para a Fifa para satisfazer a vaidade dele e de seus seguidores. Inocente e desconhecedor do regramento jurídico, Ducci assumiu compromissos que não estava preparado para sustentar. Levou junto o governador, a Assembleia Legislativa e a Câmara de Vereadores. Para todos faltou coragem para analisar a realidade com fundamento legal e o dinheiro público começou a jorrar em obra privada.
A situação é tão séria que o governador contraiu o empréstimo necessário junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O BNDES não empresta dinheiro para clube de futebol. Não só porque não está no rol de suas atribuições, mas por saber que terá imensas dificuldades para cobrar a dívida. Vários clubes do país estão beirando a falência. Seria uma temeridade comportamento em contrário. Reitero minha posição sobre o assunto. Que o novo prefeito, a ser eleito no final deste mês, seja contido na aplicação de dinheiro público e zele com cuidados especiais pelo que arrecada em impostos pagos por todos, sem cor clubística, partidária e eleitoral.
Infelizmente o prefeito Ducci foi vítima da vaidade de ser "o prefeito da Copa" como disse várias vezes durante a campanha. Triste, mas não o será.
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