Repercussão
O que vem acontecendo com o Paraná Clube nos últimos jogos? A queda de produção do Tricolor parece inexplicável, e esperava-se que o técnico Pintado aparecesse com uma explicação plausível para a queda de produção do time, após a derrota diante do América-RN em casa. Porém, o treinador preferiu analisar o jogo, no qual ele gostou da atuação, mas lamentou os gols perdidos.
"Nossa equipe criou muitas oportunidades, sabíamos que o jogo seria difícil, e contra uma equipe que iria se aproveitar dos nossos erros. E eles conseguiram. Jogamos ofensivamente, criando várias chances de gol, mas eu acho que fomos vítimas dos nossos erros, eles fizeram um gol e só. Jogamos melhor, criamos as melhores oportunidades, mas não conseguimos. E no futebol, vale quem faz o gol", resignou-se Pintado.
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Depois de um ótimo início no Campeonato Brasileiro, com três triunfos em seus primeiros jogos, o Paraná perde fôlego e acumula a sua segunda derrota na competição. E mais do que perder, o gosto amargo vem do fato do revés de 1 a 0 em casa ter sido contra o lanterna do torneio, o América-RN, e com o Tricolor fazendo mais um jogo ruim.
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É verdade que, ao contrário da última rodada, diante do Fluminense, os paranistas até correram muito, criaram várias jogadas ofensivas, porém não conseguiram furar a retranca potiguar. A falta de qualidade e pontaria minaram os donos da casa na frente, e atrás a defesa entregou o ouro quando não podia.
Em uma falha tripla, os zagueiros bateram cabeça, e em um arremate rasteiro, Arlon fez o gol solitário da partida. Se o empate já estava bom, melhor os três pontos para o limitado mas esforçado time, cujo mascote é Dragão. E sem querer aparecer como "zebra" em Curitiba, os visitantes ainda poderiam ter feito pelo menos mais dois gols, em chances claras.
O Tricolor só acordou após o gol, mas, desordenado, não teve forças para empatar. Na saída do gramado, os pouco mais de 3.500 torcedores que compareceram pediram a saída de jogadores, de Pintado, e gritaram "Vergonha". Contra o Figueirense, na próxima rodada, também em casa, o Paraná tenta fazer as pazes com a vitória e com o seu torcedor. Já o América-RN busca a primeira vitória em casa, diante do Internacional.
Jogo morno e aberto, mas sem gols
Nos primeiros 45 minutos, o embate entre paranistas e potiguares foi apenas "morno". Este é o termo mais preciso para descrever uma partida na qual existe muita correria, vontade, mas pouca qualidade e emoção. E foi o que se viu na Vila Capanema, pelo menos pelo pequeno público paranista que compareceu ao reduto tricolor.
Com um esquema considerado ofensivo na teoria, o Paraná tomou a iniciativa nos primeiros movimentos quando a bola rolou. Mas com um meio-campo formado por dois apoiadores velozes Renan e Everton , que pouco marcam, e apenas o capitão Beto na proteção à zaga, o Tricolor também cedeu bastante espaço para os visitantes procurarem atuar no ataque.
Desta forma, com chances para os dois lados, o jogo ficou aberto. O Paraná teve mais chances, mas faltou mais inspiração e qualidade. As melhores jogadas saiam dos pés de Everton, mas Lima não se encontrava no ataque, e Josiel, muito marcado, pouco conseguia fazer. Mas na única jogada em que conseguiu se desvencilhar da forte marcação do Dragão, o artilheiro do Brasileirão cabeceou bem, no cantinho do goleiro René, que fez ótima defesa.
A postura dos visitantes, em primeiro pensar em não perder, e quem sabe beliscar um resultado melhor ao se aproveitar dos espaços deixados pelos paranistas, deu a nítida impressão de que o empate seria muito bem vindo, ainda mais pelo lanterna da competição, que perdeu sete dos seus noves jogos anteriores. Já o Tricolor apresentou muito pouco para quem pensa em brigar pelas primeiras colocações do torneio até o final.
Na saída do gramado no intervalo, os donos da casa falaram no mesmo tom: "Temos que acertar para conseguir furar a retranca", como o próprio técnico Pintado deixou claro. Um empate, contra o último colocado, e em casa, seria como uma derrota.
Falha coletiva deixa situação dramática para o Tricolor
Ciente de que a vitória era fundamental na partida, Pintado mexeu no Paraná, colocando Vandinho no lugar de Lima. Mas pouco mudou no reinício do jogo. Apenas a pressão e domínio de bola dos tricolores é o que aumentou dentro de campo, porém sem muita objetividade. E o futebol é cruel com quem não converte as suas oportunidades em gol.
No primeiro ataque da equipe potiguar no segundo tempo, Neguette e Luís Henrique trombaram e deixaram a bola passar. Rápido, Arlon aproveitou para arrancar com a bola, e da entrada da área, bateu rasteiro. O chute não foi forte, mas o goleiro Flávio aceitou, na terceira falha individual da defesa em apenas uma única jogada.
Então o Tricolor acordou e passou a atacar com mais vontade. O empate já era visto como um bom resultado pelos jogadores do Dragão, e a vitória era a redenção para um grupo que convive com o fantasma do rebaixamento. Por isso, todos se esforçaram em segurar o ímpeto dos paranistas, e nos contra-ataques, tiveram duas chances com Paulo Isidoro e Frontini para matar o jogo.
O árbitro carioca Wagner dos Santos Rosa ainda deu quatro minutos de acréscimo, mas a "forcinha" não-intencional pouco ajudou o desordenado Paraná. Restou ao time agonizar até o final, e se deparar com a segunda derrota (mais uma em casa) e com a revolta vinda das arquibancadas.
Confira os principais lances da derrota paranista
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