Um empresário de jogadores de futebol que possuía livre trânsito nas categorias de base do Paraná foi indiciado nesta semana pela Polícia Civil do Rio de Janeiro pela prática de falsificação de documentos de jovens atletas, para que tivessem as idades adulteradas. O artifício criminoso é conhecido no meio do futebol como “gato”.
Josimar Moreira dos Santos, de 42 anos, foi denunciado pelo atleta Robson Cleyton em junho deste ano. Segundo entrevista publicada no portal G1 do Rio de Janeiro, em seu depoimento à polícia Robson contou que Josimar o levou para fazer testes no Paraná em 2011 e o convenceu a falsificar os documentos. O atleta também foi indiciado.
“O Robson foi até a delegacia para contar a história e reclamar que até hoje ele não consegue emitir seus documentos por causa da existência da carteira de identidade e CPF com base na certidão de nascimento falsa. O que ele não sabia é que ele também seria indiciado”, explicou o delegado Hilton Afonso, da 35.ª DP, em entrevista ao G1.
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Ainda de acordo com o delegado, Josimar aconselhou Robson a mudar sua data de nascimento de 14 de setembro de 1990, para 14 de março de 1994. Além disso, o empresário fez o jogador assinar um contrato em que se comprometia a repassar 30% dos vencimentos que receberia do Tricolor, sem que o clube soubesse da falsificação. Depois de passar no teste no Ninho da Gralha, o garoto não ficou no clube porque, segundo ele, um funcionário do Paraná teria suspeitado da artimanha e o orientado a “acertar sua situação”.
Segundo a reportagem do G1, Josimar confirmou a prática do “gato” com Robson. Na casa do empresário, foram encontradas diversas certidões de nascimento e outros documentos adulterados.
Ex-funcionário do clube entre os anos de 2005 e 2015, o preparador físico Luiz Gustavo Gomes Pereira, que durante oito anos trabalhou nas categorias de base do Tricolor, confirma que entre 2010 e 2011 Josimar caminhava com livre acesso no CT Ninho da Gralha, casa da base do Paraná.
“Nesta época passou a aparecer bastante empresários na base do Paraná e o Josimar era um deles. Tinha muito acesso no clube, toda semana estava reunido com os coordenadores. O Josimar deitava e rolava no clube e tinha mais jogadores lá”, confirma Pereira, que foi demitido do Tricolor juntamente com o treinador Luciano Gusso, após a eliminação da equipe no Estadual de 2015.
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