Genebra - A Europa vive o que a Uefa já chama de "o maior escândalo de corrupção" da história do futebol europeu. Ontem, promotores alemães e a própria Uefa revelaram investigações que apontam para a manipulação dos resultados de cerca de 200 jogos, inclusive da milionária Liga dos Campeões.
O escândalo tem dimensões que podem afetar a credibilidade do futebol europeu. Ontem, 17 pessoas foram presas em toda a Europa, em ações conjuntas da polícia. A manipulação dos jogos poderia envolver 10 milhões de euros. Mas a polícia alemã alerta que isso pode ser apenas "a ponta de um iceberg".
A Uefa indicou que, se as suspeitas forem confirmadas, trata-se do maior escândalo de manipulação de resultados de jogos do esporte europeu. Nos últimos meses, tanto o presidente da Uefa, Michel Platini, como o da Fifa, Joseph Blatter, estão alertando sobre a corrupção no futebol.
No total, mais de 200 pessoas são suspeitas de fazer parte de um esquema de apostas e acerto de resultados de jogos para garantir lucros. A atuação de uma organização criminosa internacional envolve nove campeonatos nacionais, além da Liga dos Campeões e da Liga Europa (antiga Copa Uefa).
Em Bochum, na Alemanha, o Ministério Público que lida com o caso anunciou que times da Primeira Divisão da Áustria, Bósnia, Hungria, Eslovênia, Croácia e Turquia estão envolvidos. Na Bélgica, Suíça e Alemanha, as equipes envolvidas no escândalo são da Segunda Divisão.
Pelas investigações, quatro jogos da Segundona do Alemão tiveram seus resultados manipulados por pagamento de propinas. Mas o que mais preocupa a Uefa é que três partidas da Liga dos Campeões estariam sob suspeita, além de outros 12 da Liga Europa esses dois torneios são os mais importantes do continente.
Ontem, 17 pessoas foram presas, sendo 15 na Alemanha e 2 na Suíça. Além disso, mais de 50 locais foram invadidos pela polícia em busca de provas as ações incluíram também o Reino Unido. Os detidos estão sendo suspeitos de pagar propinas a jogadores, árbitro, técnicos e outros personagens do mundo do futebol. O objetivo era o de garantir um resultado que, nas bolsas de apostas na Europa e Ásia, levasse a um lucro importante para quem investiu seu dinheiro.
O porta-voz da Uefa, Peter Limacher, garantiu que a entidade sabia das investigações e que teria sido ela mesmo quem indicou para a polícia "padrões anormais" de apostas registradas em alguns jogos. "Estamos satisfeitos com os resultados da investigação. Ainda assim, o que está sendo revelado é chocante diante da extensão da manipulação orquestrada por gangues internacionais", disse ele.
A polícia alemã acredita que já prendeu o líder do grupo. O centro da corrupção estaria em Berlim. Outras 40 partidas estão sendo avaliadas.
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