A Ferrari sabe que pode contar com o piloto brasileiro Felipe Massa para disputar o título da Fórmula 1 nesta temporada. "Ele amadureceu de forma definitiva em 2008, está em grande forma", elogiou o diretor da equipe italiana, Stefano Domenicali, nesta quarta-feira, na estação de esqui de Madonna di Campiglio, na Itália. "A força de Felipe é sua autoconfiança, sempre elevada. Foi isso que o fez reverter o quadro difícil do início do ano passado quando já o davam como acabado."
Domenicali lembrou que Massa começou a temporada de 2008 enfrentando um sério desafio. "Seu companheiro havia chegado à Ferrari no ano anterior e conquistado o título. Felipe teve de administrar a pressão que fazia sobre si próprio e, claro, a externa", admitiu o dirigente, ao citar o outro piloto da equipe, o finlandês Kimi Raikkonen.
Mas, ao longo do ano, Massa somou seis vitórias na temporada, contra apenas duas de Raikkonen. Além disso, o brasileiro esteve muito perto de ser campeão da Fórmula 1 - ficou a apenas um ponto do inglês Lewis Hamilton, da McLaren -, enquanto o finlandês teve um papel de coadjuvante no campeonato.
Sobre Raikkonen, inclusive, Domenicali fez uma análise curiosa nesta quarta-feira. "Vive em outro planeta, nunca o vi sob pressão", revelou o dirigente da Ferrari, que, no entanto, garantiu que o piloto finlandês está muito motivado para a nova temporada da Fórmula 1. "Sinto ele com uma enorme vontade de esquecer 2008."
TRABALHO - A partir da próxima segunda-feira, a Ferrari começará a ter uma ideia do que poderá realizar no campeonato que vai começar no dia 29 de março, na Austrália. "Vamos testar a nova F60 no circuito de Portimão (em Portugal) junto da McLaren, também com seu novo carro", explicou Domenicali. "Nosso objetivo será acumular quilômetros com o F60, conhecê-lo, e ter uma ideia de performance comparando-o com nossos adversários."
As mudanças profundas no regulamento da Fórmula 1 fizeram com que as equipes perdessem a referência de desempenho. Assim, não dá para comparar os tempos do modelo 2009 com os do ano passado por serem significativamente distintos. "É difícil prever, mas espero a McLaren como nosso maior concorrente. E, em razão de o Kers (sistema de recuperação de energia) fazer diferença, vejo a BMW também", comentou Domenicali.
Na conversa com a imprensa nesta quarta-feira, Madonna di Campiglio, Domenicali confirmou que houve enorme pressão sobre a BMW para a Fórmula 1 não mais utilizar o Kers neste ano. "Temos um acordo que exige a unanimidade dos times se desejarmos mudar algo durante a temporada. A BMW não quis e precisamos respeitar", admitiu.
A negativa de mudança no regulamento é justificada pelo fato de a BMW ser a equipe mais avançada na complexa tecnologia do Kers, capaz de dar ao pilotos entre 60 e 80 cavalos de potência extra por cerca de seis segundos por volta. "Estamos gastando mais do dobro previsto para desenvolver o Kers e, num momento econômico como o atual, não faz sentido recorrer a uma tecnologia que, nos moldes da Fórmula 1, nunca poderá chegar aos carros de série", explicou Domenicali.
Por fim, o dirigente da Ferrari mandou um recado para Bernie Ecclestone, o promotor do Mundial. As equipes da categoria estenderam o compromisso com o inglês de 78 anos para continuar recebendo o que lhes é repassado de verba até 2012. "Vamos respeitar o que já está acertado. Depois disso precisamos conhecer suas intenções com a Fórmula 1", avisou Domenicali, dando a entender que as escuderias querem mais dinheiro.
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