Ingleses se reuniram para acompanhar a cerimônia de abertura dos Jogos| Foto: Marco Sanchotene / Gazeta do Povo - enviado especial

Londres parou para a cerimônia de abertura da Olímpiada. Pouco depois das 20 horas, horário local do evento no Estádio Olímpico, as ruas da região central da cidade, que deveriam estar cheias por ser uma noite de sexta-feira, estavam tranquilas. No metrô, sempre lotado, era possível caminhar sem esbarrar em ninguém até as plataformas. No Hyde Park, o mais famoso parque da cidade, bandeiras e sotaques de todos os lugares do mundo se misturavam. Quem foi ao parque para assistir aos shows das bandas Snow Patrol, Stereophonics e Duran Duran, patrocinados por uma operadora de telefone, acabou se surpreendendo com as e 65 libras cobradas pelo ingresso (cerca de R$ 206).

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"Pensei que teria telão de graça e que o ingresso seria umas 20 libras. Mas não faz mal. A gente se diverte assim mesmo", disse o estudante paulista Gabriel Ferreira Lopes, de 17 anos, que está em Londres para estudar inglês.

Já a cabeleireira goiana Elizangela Cardoso Vaz, de 39 anos, juntou três amigas brasileiras e uma inglesa para irem juntas à festa. Para ela, que mora há cinco anos em Londres, os Jogos têm feito bem aos ingleses. "Parece que eles deixaram um pouco aquela frieza, estão mais felizes, mais atenciosos", avalia. O estudante universitário Jimmy Dawson, de Kent, cidade próxima de Londres, estava animado mesmo também ficando fora do show no Hyde Park. "Tem bastante gente jovem aqui e todos estão alegres por causa da Olimpíada", festejava. A americana Meghan Shevlan, que está estudando em Londres, também gostou de ficar no parque enquanto o público chegava para a festa. "Há uma variedade enorme de gente aqui", comentou.

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Na Picadilly Circus, o tradicional telão gigantesco de anúncios publicitários deu espaço para a transmissão da cerimônia. Turistas lotaram o pequeno largo para acompanhar seus países no desfile das delegações. Já em Trafalgar Square, um dos principais cartões postais da cidade, a fila era para tirar foto no contador de dias para o início da disputa, zerado assim que a cerimônia começou.

Pubs

Os proprietários de pubs também festejaram o movimento para assistir a cerimônia. No pub Taylor Walker, a uma quadra da Trafalgar Square, o subgerente, o português João Almeida, comemorava o movimento do dia. Segundo ele, a cerimônia de abertura foi o primeiro impacto real da Olímpiada no pub em que trabalha.

"Até hoje [sexta-feira] a Olímpiada havia na verdade espantado os clientes, por causa do trânsito fechado. Mas hoje eu estava esperando 200 pessoas e vieram 400", comemorava, diante do faturamento de 6 mil libras (cerca de 18 mil), o dobro do normal.

Um dos clientes mais entusiasmados no pub era o engenheiro inglês Dave Stock. Isso porque ele era um dos que sabia o que iria acontecer na festa, mas não podia contar.

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"Eu fui no ensaio da abertura segunda-feira, mas mantive o segredo até hoje, como foi pedido. O legal é que não era só música clássica, mas tinha rock, punk, pop", falou. Stock, que foi voluntário no Aeroporto de Heathrow para auxiliar turistas e jornalistas que chegavam para os Jogos, afirmou que viu os britânicos reclamarem dos transtornos do evento, mas que também viu a animação tomar conta de todos. "Acho muito legal ver gente de todos os continentes no mesmo lugar".