A escolha
Veja como será o processo de eleição da sede dos Jogos de 2016, na próxima sexta-feira:
Última chance
Cada cidade terá 45 minutos para a derradeira apresentação na tentativa de angariar votos.
A votação
Colégio eleitoral
Dos 106 membros com COI, 97 participam da escolha. Estão fora o presidente Jacques Rogge, o sul-coreano licenciado Kun Hee Lee e os representantes do países envolvidos: dois brasileiros, dois americanos, um japonês e um espanhol.
Sistema
O voto é eletrônico e cada delegado escolhe entre as candidadas em ordem sorteada: A) Chicago; B) Tóquio; C) Rio; D) Madri.
Primeiro turno
Se alguma cidade conseguir 50% mais 1, ou 49 votos, está eleita como a sede dos Jogos de 2016.
Segundo turno
Não havendo maioria, a candidata menos votada é excluída, os seus representantes integram a votação e é feito um segundo round que pode determinar a campeã, seguindo novamente o critério de 50% mais um.
Terceiro turno
Se necessária, a última rodada de votação opõe as duas candidatas restantes, com a participação dos integrantes da segunda cidade eliminada. A mais votada recebe os jogos.
O resultado
É feito em seguida à votação, o que deve ocorrer entre 13h30 e 14 horas (de Brasília).
Problema para COI, Copa é vista como alavanca pelo Cômite local
Na próxima sexta-feira, Copacabana e Copenhague estarão interligadas por um telão. Nas areias da praia mais famosa do Brasil, suspense e otimismo. Os méritos de uma campanha sólida, alguns deslizes dos concorrentes e a própria dinâmica dos Jogos Olímpicos abastecem a confiança da candidatura brasileira às vésperas do anúncio oficial do Comitê Olímpico Internacional (COI). Em cinco dias, 97 dos 106 membros do COI, reunidos na Dinamarca, encolherão entre Rio, Tóquio, Chicago e Madri quem terá o privilégio e a responsabilidade de realizar os Jogos Olímpicos de 2016.
Jamais o Brasil chegou tão longe. Em três investidas anteriores, as pretensões nem sequer passaram da fase de pré-candidatura. As rejeições ensinaram lições que encorparam a nova campanha e também deram tempo para a realização dos Jogos Pan-Americanos de 2007. Um trunfo do país na organização de eventos esportivos, mas também motivo de críticas.
O reaproveitamento das instalações diminuirá os custos nas contas dos organizadores. Porém a necessidade de reforma em todos os locais de prova revela falhas no planejamento para 2007 e eleva os custos ao patamar mais alto entre as quatro pretendentes. O investimento estimado é de R$ 28,8 bilhões, sendo R$ 24,4 bilhões em verba pública, já garantida pela esfera federal.
O aval governamental foi exatamente um dos pontos que seduziram os membros do COI no último relatório de avaliação das cidades. Chicago, forte concorrente, mesmo com um orçamento enxuto de R$ 9,4 bilhões teria derrapado na corrida eleitoral ao não assegurar o endosso estatal. Tóquio pretende investir R$ 12,6 bilhões.
A participação do governo brasileiro trouxe à campanha ainda um importante incremento político. O presidente Lula incorporou o lobby pró-Rio 2016 à sua agenda. Até mesmo na negociação da compra dos caças militares alinhavados com a França o apoio dos delegados franceses do COI na eleição de sexta-feira teria entrado na pauta. O presidente ainda selou um acordo eleitoral mútuo com a Espanha. Assim, caso Rio ou Madri saia da disputa no primeiro turno, o perdedor apoia o remanescente na sequência. Um possível voto a mais para o Brasil, pois o próprio Juan Antônio Samaranchi, delegado espanhol no COI, considera dura a batalha madrilenha.
O fortalecimento da candidatura brasileira, apontada como favorita pelo site especializado Gamebids, chacoalhou os concorrentes. Após anunciarem que não iriam a Copenhague, tanto o presidente norte-americano Barack Obama quanto o novo primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, dão indícios de que podem fortalecer o corpo a corpo às vésperas da eleição.
Suas presenças na Dinamarca poderiam minimizar pontos negativos apontados pelo Comitê. Além de poucas garantias financeiras, Chicago foi criticada no quesito transporte. Tóquio é a cidade com o menor apoio popular, apenas 55,5%, e ainda teria anunciado como prontas obras inexistentes. O Brasil recebeu maiores críticas à rede hoteleira.
Mas nem isso, nem os problemas de segurança e o bilionário investimento dois anos antes com a realização da Copa do Mundo comprometeriam o apelo brasileiro para a realização da Olimpíada em um local inédito.
"Os Jogos Olímpicos sempre foram os melhores quando exploraram novos territórios e tocaram as vidas de novas pessoas. Houve Jogos maravilhosos na Europa, na Oceania, na América do Norte e na Ásia, mas o sonho do Rio-2016 é trazer os Jogos para a América do Sul pela primeira vez", defende o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman.
Sonho que representa um pesadelo para os críticos. "Se o Pan foi aquela coisa horrorosa de gastança de dinheiro público, imagina então o que vai ser da Olimpíada", questionam o advogado Alberto Murray Neto, ex-membro do COB.
Partidários ou contrários terão o que comemorar na próxima-sexta-feira.
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