Enquanto o massagista do Fluminense (à direita, de calça de vermelho) era espancado, Reimackler Graboski (de boné e regata), vice da Império Alviverde, caminhava tranquilamente pelo gramado: dos torcedores que aparecem na imagem, sete claramente usam adereços da organizada| Foto: Fotos: Heuler Andrey/Agência Estado

"Na hora, nem senti a dor"

Saber que o dedo polegar opositor permitiu ao ser humano distinguir-se de outros animais, por permitir a manipulação de ferramentas, não passa de cultura inútil para grande parte das pessoas. Não para a enfermeira Tânia Regina da Silva, 43 anos. Desde domingo ela não conta mais com esse dedo, nem com o indicador e o médio da mão direita.Viu sua vida mudar radicalmente por essa ausência.

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Câmara propõe identificação de torcedores

Os vereadores de Curitiba Tico Kuz­­ma (PSB), Roberto Aciolli (PV) e Juliano Borghetti (PP) apresentaram projeto de lei, ontem, com o ob­­jetivo de inibir pessoas mal-in­­tencionadas de irem aos estádios e ajudar a polícia em caso de tumultos. Um dos principais itens da proposta prevê a identificação de to­­dos os torcedores que comparecerem a estádios com ca­­pacidade para mais de 15 mil pessoas.

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Imagens do vice-presidente da Império Alviverde Reimackler Graboski dentro do gramado do Couto Pereira, aliadas aos depoimentos do presidente do Coritiba, Jair Cirino, e do relações-públicas do clube Isaac Ramos Ferreira, prestados ontem ao Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), colocam a maior torcida organizada do Coxa no centro da selvageria ocorrida no domingo.

Com o estádio interditado preventivamente, o julgamento es­­por­­tivo do caso será na terça-feira, no STJD – Cirino vai hoje ao Rio de Janeiro tratar do assunto.

Pela fotografia, Graboski caminha pelo campo en­­­quanto, ao fundo, o roupeiro do Fluminense é es­­pancado por torcedores com o fardamento da facção. Nos depoimentos dos dirigentes coxas, fo­­ram relatadas as ameaças de mor­­te e contra o patrimônio, que teriam sido feitas pelo diretor fi­­­nanceiro da Império, Miguel Ri­­­bas, e cerca de 30 torcedores, a Ciri­­no.

O fato teria ocorrido na quarta-feira anterior à queda, no fim da tarde, quando presidente coxa-branca e o relações públicas, acom­­­­panhados por Dirceu Krüger, funcionário do clube, e Mauri Mendes, presidente do Conselho Fiscal, foram cercados em frente da sede administrativa. Ribas teria ameaçado Cirino, e quebrar o Couto Pe­­­rei­­ra, caso o time fosse rebaixado.

"Com os depoimentos, temos mais dez intimações a serem feitas amanhã (hoje)", afirmou o delegado titular do Cope, Miguel Stadler.

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O delegado tem informações de que a invasão teria sido combinada no ônibus da torcida, na volta do jogo com o Cruzeiro (28/11), em Belo Horizonte. O ato ocorreria com ou sem rebaixamento.

Cerca de 40 pessoas en­­volvidas nos confrontos foram i­­­­­den­­­­­ti­­fi­­cadas. De segunda até on­­tem, mais de 50 depoimentos fo­­ram to­­mados pelo Cope. Além de Ci­­rino e Fer­­rei­­ra, o secretário Eduardo Jaime também foi ouvido.

De acordo com o presidente da organizada, Luiz Fernando Corrêa, o Papagaio, Cirino estaria querendo arranjar "um bode expiatório para sua incompetência".

"Cerca de 200 pessoas invadiram o campo após o jogo. No estádio havia 35 mil pessoas, das quais 10 mil eram da Império. Ele quer colocar a culpa na torcida pois nunca irá assumir a própria culpa", afirma Papagaio. "Quando o time do Gionédis caiu, havia seguranças em toda a volta do campo. Se ele (Cirino) diz que estava avisado, por que não fez o mesmo?", diz.

Quanto às ameaças e participação dos dirigentes da Império, Papagaio disse que Miguel Ribas não seria diretor financeiro da torcida, como consta no site da organizada. Também acrescentou que "não concorda com várias atitudes dele". Sobre seu vice, foi mais su­­­cinto: "Cada um irá responder so­­­bre seu atos".

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Graboski ficou preso por três meses por porte ilegal de uma pistola 635 e um revólver calibre 38, carregados, quando se dirigia para assistir a Coritiba e Ponte Preta, pela Copa do Brasil (19/5). Já Ribas, na sexta-feira anterior ao jogo contra o Cruzeiro, teria ameaçado os jogadores do Coxa na saída do time para o aeroporto.

A estratégia de responsabilizar a organizada será a base da de­­­­­fesa do clube no STJD. "O Cori­­tiba tomou todas as medidas pa­­­ra evitar aquela situação e de­­­pois, para tentar minimizá-la. Contribuiu para a prisão de al­­­guns torcedores que lideraram o quebra-quebra, por exemplo. Na borda do campo existem placas que pedem para que o torcedor não invada. Seja na ordem de segurança de ordem interna, todas as medidas foram tomadas", afirmou o advogado José Mauro do Couto Filho, contratado para defender o clube no Rio.