O Atlético vive a maior eleição de seus 91 anos de história. Um colégio eleitoral de cerca de 9.500 votos decidirá, neste sábado (12), entre as chapas CAPGigante e Atlético de Novo. Enquanto o resultado das urnas não sai, veja as curiosidades e bizarrices da disputa pelo poder no Furacão.
Oposição dividida (e reunida)
A campanha eleitoral esquentou com a chance de quatro grupos de oposição disputarem o pleito. Atlético de Novo (Henrique Gaede), Democracia Atleticana (Nadim Andraus, Judas Tadeu Grassi e José Carlos Farinhaki), Coração Atleticano (Louremar Ribeiro) e Mais Atlético (Paulo Rink). Uma confusão de grupos com referências ao clube que ninguém conseguia entender. Mais tarde, Andraus e Rink fizeram uma composição e passaram a integrar a Atlético de Novo. E Judas Tadeus e Farinhaki ficaram isolados.
Vira-casaca
Judas Tadeu Grassi e José Carlos Farinhaki começaram como opositores fervorosos e terminaram... apoiando Mario Celso Petraglia. A justificativa para virar a casaca da dupla, que formou a extinta chapa Democracia Atleticana, foi de que o cartola aceitou rever todos os pontos críticos do cenário eleitoral.
Vias de fato
Antes do jogo com o Flamengo, última partida do Atlético em casa no Brasileiro, correligionários de ambas as chapas trocaram socos e pontapés na Rua Buenos Aires, em frente da Arena. Doático Santos, da CAPGigante, disse que quem provocou tudo foi Nadim Andraus, da Atlético de Novo. Andraus negou e responsabilizou Doático pelo início da confusão. Ficou por isso mesmo.
Entre polentas, frangos e risotos
Campanha política em Curitiba que se preze tem de promover jantar em Santa Felicidade. Foi o que ocorreu na corrida eleitoral rubro-negra. E, como de costume também, cada chapa exaltou o próprio encontro como o que teve maior adesão de torcedores.
Ídolos na política
As duas chapas perceberam rapidamente que os velhos ídolos são os melhores cabos eleitorais, bem mais influentes que os candidatos à cartola. A CAPGigante passou a contar com boa parte do time campeão de 2001 – Cocito, Flávio, Gustavo, Alex Mineiro etc. A Atlético de Novo foi apoiada pelo capitão da conquista, Nem, e Adriano Gabiru, entre outros.
Peregrinação midiática
As duas chapas deram uma infinidade de entrevistas em rádios, tevês e jornais. Até mesmo Mario Celso Petraglia, normalmente avesso à imprensa, percorreu Curitiba inteira para promover a CAPGigante.
Batalha nas redes
A guerra eleitoral do Atlético ocorreu, em boa parte do tempo, nas redes sociais. As duas chapas usaram e abusaram do contato direito com os eleitores, com perfis no Facebook, Twitter etc. O WhatsApp também foi ferramenta importante na batalha. E, como não poderia deixar de ser, proliferaram perfis falsos com ataques, mentiras e, muito raramente, algo espirituoso.
A polêmica da camisa e da cerveja
Mario Celso Petraglia compartilhou uma foto do oponente Henrique Gaede de camisa do Atlético e bebendo cerveja. “Essa é a postura de um presidente?”, questionava a mensagem. Pronto, foi o suficiente para a polêmica se alastrar. Os adeptos da CAPGigante fizeram coro com o cartola, criticando a atitude. Do outro lado, os apoiadores da Atlético de Novo não viram problema algum, ao contrário.
Maior votante
O candidato da Atlético de Novo ao Conselho Deliberativo, Henrique Gaede, é o principal votante do pleito do Rubro-Negro. O atleticano tem sete cadeiras em seu nome e, dessa forma, de acordo com o estatuto do clube, votará sete vezes. O segundo maior votante é Acyr Gabardo, junto com a empresa Velas Guanabara. Outros oito torcedores têm cinco votos. Mario Celso Petraglia, concorrente ao Deliberativo pela CAPGigante, possui quatro votos.
Lista dos sócios
A listagem com os dados cadastrais dos associados do Atlético também virou motivo de polêmica. Desde domingo, o grupo de situação começou a bombardear os sócios com mensagem de SMS no celular e e-mails. A oposição pediu a lista ao clube, que não repassou. Foi preciso recorrer à Justiça para obter os cadastros, apenas na quinta-feira (10).
Guerra de certidões
A CAPGigante convocou coletiva para anunciar a inelegibilidade de João Alfredo Costa Filho, candidato ao Conselho Administrativo pela Atlético de Novo. Foram apresentadas certidões positivas de débitos que seriam do adversário e impediriam a participação no pleito. A oposição negou qualquer irregularidade e fez o mesmo, revelando certidões que implicariam Mario Celso Petraglia. Enquanto isso, a Junta Eleitoral do Furacão não aceitou os pedidos de impugnação.
Urnas eletrônicas
Pela primeira vez um clube de Curitiba vai utilizar urnas eletrônicas para decidir o comando de sua gestão. O recurso foi emprestado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). E órgão garantiu que o sistema é à prova de fraudes.
O voto dos ex-presidentes
Sete ex-presidentes do Atlético votam na eleição do clube. São eles Nelson Luiz Silva Fanaya (1999), Guivan Bueno (2002), Marcos Malucelli (2009 a 2011), João Augusto Fleury da Rocha (2004 a 2008), Luiz Gonzaga da Motta Ribeiro (1967), Hussein Zraik (1994 a 1995) e o atual Mario Celso Petraglia (95 a 97, 99, 2002 a 2003).
Colégio eleitoral
O Furacão possui um colégio eleitoral de quase 9.500 votos, contingente superior ao de metade das cidades do Brasil. Comparando com levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os votos no pleito atleticano são mais numerosos do que os de 3.296 dos 5.570 municípios brasileiros.
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