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Neste sábado (12), das 10 às 19 horas, na Baixada, os sócios do Atlético elegeram o comando do clube pelos próximos quatro anos, de 2016 a 2019. A CAPGigante, de situação, foi a vencedora. O candidato Mario Celso Petraglia foi eleito presidente do Conselho Deliberativo do Atlético. Atual presidente, Petraglia venceu a disputa com o advogado Henrique Gaede, da Atlético de Novo, por 2909 votos a 2660, resultado divulgado às 20h05 deste sábado (12). O atual mandatário teve 52% dos votos válidos. Saiba quais serão seus principais desafios.

Futebol

A última taça relevante do Atlético foi conquistada em 2009, com o título do Paranaense. Já são seis anos sem gritar “é campeão”, incômodo reforçado pela série de fracassos de 2015, temporada que seria “o ano do futebol” na Baixada.

Para encerrar o tabu, até mesmo o Estadual, antes desprezado, está na mira. Independentemente de quem seja eleito, o Furacão usará o time principal para recuperar a hegemonia local. Das últimas seis disputas, o rival Coritiba venceu quatro.

O Rubro-Negro larga em 31 de janeiro (domingo), contra o Operário, às 17 horas, em Ponta Grossa. Dia 3 de fevereiro atua em Curitiba, com o Maringá, às 19h30. O Paranaense dura até 8 de maio.

Pouco antes do início do Estadual, o Atlético estreia pela Liga Sul-Minas-Rio, dia 27 de janeiro, com o Fluminense, no Rio de Janeiro. Dia 18 de fevereiro joga em casa com o Criciúma – confronto que pode marcar a inauguração da grama sintética na Baixada.

Na sequência, o Rubro-Negro terá a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. E, caso não tenha bom desempenho no torneio mata-mata, pode ganhar outra chance no cenário internacional, com a Copa Sul-Americana.

Finanças

A principal preocupação do Atlético é sobre a dívida da Arena por causa da Copa do Mundo. O desafio da nova diretoria é equacionar o acordo tripartite, celebrado com o governo do estado e a prefeitura de Curitiba para viabilizar o evento.

A discussão aponta para o valor do orçamento. O clube entende que a divisão por três deve ocorrer em cima do montante final, de R$ 346 milhões. A prefeitura quer dividir o gasto do primeiro orçamento, de R$ 184 milhões. O governo do estado tem posição dúbia.

A Casa Civil de Beto Richa enviou ofício à prefeitura comunicando uma negociação para englobar o valor integral. Mais tarde, entretanto, o governador declarou: “Não tem isso. Não tem que ampliar nada [o dinheiro]. Já está construído”.

Desatar o nó do Mundial é fundamental para programar o futuro. Durante a campanha eleitoral, CAPGigante garantiu que vai seguir brigando pela divisão do orçamento total.

Sem contar as pendências do estádio, o Furacão vive situação financeira confortável. É um clube com patrimônio que supera R$ 500 milhões (Arena e CT do Caju) e dispõe de receitas anuais superiores a R$ 100 milhões.

Segundo o balanço de 2014, o Atlético faturou R$ 138,8 milhões, entre dividendos de transferências de atleta, verbas de televisão, sócios etc. Entre 2014 e 2015 o caixa ainda foi reforçado pelas vendas dos atacantes Marcelo Cirino e Douglas Coutinho.

As negociações renderam 8 milhões de euros – cerca de R$ 32 milhões. Foram 3,5 milhões de euros por 50% dos direitos econômicos de Marcelo – emprestado ao Flamengo – e 4,5 milhões de euros por 65% dos direitos econômicos de Coutinho, que segue no Furacão.

Relacionamento

Outro trabalho para os quatro anos que virão diz respeito ao relacionamento com os torcedores, sócios e imprensa. Questões que foram abordadas pelas chapas ao longo da campanha eleitoral e terão de sair do papel a partir de 2016.

A fidelização dos atleticanos mereceu atenção especial. E as duas chapas prometeram rever os valores. O Rubro-Negro possui atualmente cerca de 21 mil associados, o que representou, segundo o balanço de 2014, uma receita anual de R$ 24,9 milhões.

O desafio é romper, pelo menos, a barreira dos 30 mil sócios, algo que nunca aconteceu desde a criação da modalidade Sócio Furacão, em 2008. E buscar a lotação máxima da Baixada, pouco mais de 40 mil lugares.

A CAPGigante já promoveu alterações nos planos de sócios, previstas para entrar em vigor a partir de março do ano que vem. A modalidade mais barata custa R$ 100, o Sócio Furacão Fan.

A chapa derrotada, Atlético de Novo, propunha uma revisão mais ampla. O plano mais em conta era de R$ 70, no setor Buenos Aires inferior. As duas chapas abriram desconto de 50% para idosos (mulheres acima de 60 anos e homens acima de 65).

O ingresso na bilheteria também deve ter preços revistos. Atualmente, o mais barato é R$ 100 (com meia-entrada). Pelo Brasileiro deste ano, a média de venda na bilheteria não alcançou mil entradas.

Há ainda outras duas questões de relacionamento. Primeiro, com as torcidas organizadas. A principal facção do clube, a Os Fanáticos, protagonizou episódios recentes de violência, como o de Joinville, no final do Nacional de 2013.

A CapGigante também promete uma aproximação com a imprensa. Atualmente, a cobertura do clube é restrita aos veículos que detém os diretos de transmissão da competição. E, após os jogos, o treinador fala apenas para a assessoria do Furacão.

Patrimônio

Completamente reformada para a Copa do Mundo, a Arena ainda é um estádio longe de estar pronto. Concluir a praça esportiva – na versão anterior referência de modernidade no Brasil – é outra tarefa importante para os próximos anos.

Há a necessidade de acabamento em diversos setores e melhoria nos serviços. A alimentação é fornecida de forma improvisada. Faltam opções de bares e lanchonetes para atender os torcedores.

A atual gestão prometeu ainda a instalação de um boulevard gastronômico na entrada da Rua Buenos Aires. O plano é contar com restaurantes de alto padrão e área de convivência. Entretanto, nada foi feito ainda.

Uma mudança no Joaquim Américo já está prevista pelas duas chapas. A torcida adversária deixará o setor inferior da Rua Coronel Dulcídio para ficar acomodada na arquibancada superior. Será preciso reformar os acessos.

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Outra alteração depende do resultado das urnas. O Atlético já contratou a empresa o GV Group para trocar a grama natural por sintética na Arena. O plano é iniciar as obras em 15 de dezembro, logo após as eleições.

De acordo com a diretoria do rubro-negro, é inviável manter o piso original, por causa da umidade do terreno e a pouca iluminação, o que gera um alto custo de manutenção do campo de jogo.

Outro trabalho relativo ao patrimônio é transformar, de vez, a casa atleticana em arena multiuso, fonte de receita importante. O Atlético realizou apenas um show de grande porte, do cantor Rod Stewart, em setembro.

Fator Petraglia

O cartola será o presidente do Conselho Deliberativo e seguirá como gestor da Arena da Baixada, na função de presidente da CAP/SA, enquanto Sallim Emed cuida do futebol. O atual presidente será o responsável por desatar o nó do acordo tripartite com a prefeitura de Curitiba e o governo do Paraná e vender as “propriedades” da praça esportiva, tais como patrocínios, camarotes etc. .

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