A Arena da Baixada não poderá ser incorporada como patrimônio da Fundação Clube Atlético Paranaense (Funcap), instituição jurídica criada pelo clube em votação polêmica do Conselho Deliberativo rubro-negro na terça-feira.
O impedimento se dá porque a prefeitura de Curitiba é "sócia" do estádio até que o Atlético pague ao Executivo o valor gasto pelo município nas desapropriações de 14 terrenos vizinhos ao complexo, na ordem de R$ 14,6 milhões.
Segundo Reginaldo Cordeiro, secretário para assuntos da Copa na cidade, o clube tem até o final de 2014 para comprar terrenos indicados pela prefeitura como forma de compensação. "Por enquanto somos sócios da Arena", afirmou o político.
O mesmo se dará com o CT do Caju, usado como garantia dos empréstimos feitos pelo clube no BNDES via Fomento Paraná, autarquia do governo estadual para conseguir completar a Arena. Empréstimos esses que o Atlético ainda não conseguiu fazer na sua totalidade. De acordo com Cordeiro, o clube precisará buscar mais R$ 65 milhões em empréstimo para bancar o novo orçamento, de R$ 265 milhões (com impostos descontados).
Em nota postada no Facebook oficial atleticano, a diretoria informa que não tem a intenção de repassar para a fundação o patrimônio do clube. O texto afirma que "as receitas das Escolas Furacão servirão de dotação patrimonial mínima, exigida por lei. Depois a própria Funcap vai articular suas receitas".
"Ao contrário do que alguns sugeriram, o enorme patrimônio do clube segue apenas com o clube. O futebol profissional nem sequer poderia ser transferido para a fundação por questões legais", diz outra parte do material.
A nota informa ainda que a Funcap terá por missão desenvolver programas na área social, educacional e cultural, algo difícil de ser gerido por um clube profissional. "Além de doações, vamos buscar recursos em leis de incentivo ao esporte e à cultura. Esta captação é muito mais fácil no âmbito de uma fundação, rigorosamente fiscalizada que é pelo Ministério Público", afirma.