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Quadragésimo técnico diferente da era Petraglia, Milton Mendes engrossará outra estatística comum aos 20 anos (quase) ininterruptos do dirigente no Atlético: a aposta em técnicos com currículos modestos. Reflexo da prática de não pagar fortunas a treinadores, a política, no entanto, resultou mais em fracassos e histórias pitorescas do que em times campeões.

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João Carlos Costa, Casemiro Mior, Heriberto da Cunha, Flávio Lopes, Artur Neto, Lothar Mathäus, Ricardo Drubscky e Miguel Ángel Portugal foram alguns nomes que chegaram à Baixada para agarrar “a grande chance da carreira”. Apenas Lopes – campeão estadual em 2001 – e Drubscky – o técnico do acesso em 2012 – deixaram boas lembranças para o torcedor.

INFOGRÁFICO: Lembre de todos os técnicos contratados por Petraglia

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“Eu sou ambicioso em meus projetos e encontrei aqui no Atlético um projeto ambiciosíssimo. Projetamos um clube vencedor e agregador”, disse Mendes, na primeira entrevista como técnico do clube, nesta terça-feira (21).

Segurança garantida por um “rito de passagem”. Até o fim de semana, Mendes era técnico da Ferroviária, parceira do Atlético. Foi para Araraquara por indicação do Rubro-Negro, que gostaria de observá-lo. Não à toa, a nota oficial que anunciou sua contratação dizia que Mendes já fazia parte do “projeto Furacão”.

O dito projeto Furacão durou três meses para Flávio Lopes. Substituto de Paulo César Carpegiani, o mineiro campeão da Sul-Minas de 2000 pelo América-MG levou o Atlético ao título paranaense de 2001. Uma aposta que deu certo, mas não foi bancada para o Brasileiro. Culpa da eliminação na Copa do Brasil, em casa, para o Corinthians, em meio à final estadual.

“Houve uma pressão muito grande para eu sair. Era jovem (tinha 34 anos) e mesmo com o título estadual achavam que eu não tinha o perfil pro Brasileiro. Sinceramente acho que eles estavam certos”, disse. Mário Sérgio começou a campanha no Nacional, vencido com Geninho no banco de reservas.

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O Atlético foi o primeiro grande clube da carreira de Lopes, assim como será para Milton Mendes. A semelhança do desafio apresentado para ambos é o trabalho necessário para cuidar do grupo. “Não foi fácil. Tinham caras como o Alex Mineiro, Kléber, Nem. Foi muita pressão”, lembrou.

Para Mendes, no entanto, o desafio é lidar com um grupo muito mais jovem, sem grandes nomes, mas castigado pelos fracassos da temporada. “Hoje é mais difícil cuidar dos jovens do que os veteranos da minha época de Atlético. Todo mundo quer jogar. Empresário pressiona. Tem de saber levar”, alerta Lopes.

Se pudesse dar um conselho a Milton Mendes, Flávio Lopes sugere que o controle do vestiário é fundamental. “É uma oportunidade fantástica e o mercado precisa se renovar. Tem de saber levar o vestiário. Dar treino todo mundo dá. Acompanhar o mercado também é fácil. Agora, comandar o vestiário é a chave de sucesso. E lidar com egos feridos é muito complicado”, disse.

Mendes se diz apto a controlar o elenco atleticano. “Sou um treinador exigente e disciplinador. Creio que não é possível fazer nada sem disciplina”, disse o novo treinador atleticano.

Mendes estreia no fim de semana, contra o Prudentópolis, no interior, pelo Torneio da Morte.

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