Se ainda não começou internamente, a temporada de 2015 está prestes a ter seu pontapé inicial no Atlético. Com 43 pontos no Brasileiro, a dois da salvação matemática do rebaixamento restam 18 em disputa , o clube já pode planejar o próximo ano com tranquilidade. E tudo leva a crer que ele começará com Claudinei Oliveira no comando técnico e uma campanha recente como inspiração.
Senadinho: O que o Atlético tem de fazer para projetar uma temporada melhor em 2015
A pré-temporada mais longa do Brasil volta com força total ao CT do Caju em meados de janeiro. A tática de poupar o time principal do Estadual (disputado pelo sub-23) trouxe resultados no ano passado, quando o Furacão chegou à final da Copa do Brasil pela primeira vez e se classificou à Libertadores após nove anos.
Ao todo, foram 144 dias de preparação até a estreia na Série A, com apenas três partidas oficiais (Copa do Brasil) no meio do caminho e duas semanas de intervalo entre elas. A falta de ritmo de jogo pesou no início, tanto que o técnico Ricardo Drubscky foi demitido na sexta rodada, com o time na zona de rebaixamento.
"Tivemos algumas dificuldades, principalmente em fazer amistosos. Todo mundo está em atividade nesse período e no Paraná não se consegue fazer muitos jogos. Essa foi a principal dificuldade", relembra o preparador físico Moraci Santanna, que comandou a empreitada, marcada ainda pelo título do modesto Torneio de Marbella, na Espanha.
"Para mim também foi novidade. Nunca tinha ficado quase cinco meses em pré-temporada, mas o tempo sem sobrecarga de jogos deu resultado depois", ensina o braço-direito do técnico Vagner Mancini. O projeto não foi seguido neste ano justamente por causa do Continental, em janeiro.
Em 2015, o calendário permite repetir a preparação que impulsionou a chegada à Libertadores. O time sub-20 está sendo preparado para jogar o Estadual, que começa dia 1º de fevereiro. O primeiro compromisso do time principal seria apenas no fim do mês, com a Copa do Brasil a partir de 25 de fevereiro. Serão no máximo quatro jogos no torneio eliminatório até o início do Brasileiro, dia 10 de maio.
Agora, a campanha de recuperação do Atlético no últimos cinco jogos (80% de aproveitamento) deve acelerar a renovação de contrato de Claudinei, que também agrada a diretoria pelo modo como conduz o trabalho diário no Caju. A medida, incluindo a permanência da base do elenco, contraria o desmanche realizado no fim do ano passado, responsável em parte pela campanha irregular do Furacão neste ano.
O zagueiro Gustavo assina a extensão de contrato nas próximas semanas e o atacante Cléo também permanece. Os mais cotados para sair são os avantes Dellatorre, Marcelo e Douglas Coutinho. Todos têm pelo menos mais dois anos de vínculo e ajudariam o clube a reforçar o caixa. Reforços virão, mas muito provavelmente com a mesma receita desta temporada: baratos e, principalmente, jovens.
O grande desafio de Claudinei, no entanto, não é iniciar o trabalho em 2015, mas sim completar a próxima temporada à frente do Furacão. Desde 1995, quando o presidente Mario Celso Petraglia começou a dar as cartas no Furacão, nenhum comandante começou e terminou o ano no CT do Caju.