Histórico: jogadores de Atlético e Coritiba de mãos dadas antes do jogo que não aconteceu.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Uma queda de braço entre a Federação Paranaense de Futebol (FPF) e a dupla Atletiba transformou o clássico desse domingo (19), na Arena da Baixada, no jogo que não começou – e que está distante de terminar.

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Por iniciativa dos clubes, que não acertaram a venda dos direitos de transmissão para a televisão, o duelo válido pela quinta rodada do Paranaense teria uma inédita exibição via internet, nos canais dos próprios clubes no Youtube e no Facebook.

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Porém, depois de executados os hinos estadual e nacional, às 17 horas, o pontapé inicial nunca aconteceu.

Segundo a FPF, a entidade exigiu a retirada de campo de toda a equipe de transmissão contratada pelos clubes (repórteres, cinegrafistas, etc). A alegação é que eles não foram credenciados para estarem no local.

As direções de Coxa e Furacão não aceitaram. Aliás, alegaram que a FPF só liberaria o início da disputa se não houvesse transmissão na web.

Depois de cerca de 45 minutos, quando a partida deveria estar se encaminhando para o intervalo, o árbitro Paulo Roberto Alves Jr. cancelou oficialmente o Atletiba.

Instantes antes, de mãos dadas, os jogadores dos dois times foram até o círculo central para agradecer às torcidas, que cantavam de maneira hostil contra a FPF e seu presidente, Hélio Cury.

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“Atlético e Coritiba não venderam seus direitos por essa esmola que a TV Globo e a RPC quis nos pagar. É um direito nosso”, reclamou o diretor de marketing do Atlético, Mauro Holzmann, que tentava a todo custo convencer o árbitro a iniciar o jogo.

“A Federação, de forma arbitrária quer que nós tiremos a nossa transmissão...Então não vai ter jogo. Peço desculpas as duas torcidas”, completou o dirigente.

“Eu tenho pena do futebol paranaense. O árbitro falou que recebe ordens da FPF. Esse é o maior clássico do futebol do Paraná. E por causa de picuinhas não vai ter jogo. Nós tentamos fazer o jogo aconteceu. É uma pena para as torcidas”, lamentou o vice-presidente do Coritiba, José Fernando Macedo.

Histórico ruim

O imprevisível desfecho do que seria o Atletiba 370 apenas reforça o mal estar entre as diretorias de Atlético e Coritiba com a FPF.

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A animosidade de longa data ganhou ainda mais peso em 2015, quando os rivais apoiaram a campanha de Ricardo Gomyde à presidência da entidade.

Cury, que ocupa o cargo desde novembro de 2007, ganhou nas urnas, mas teve de confirmar a vitória na Justiça após uma liminar suspender o resultado do pleito.

Neste ano, a quase inexistente relação ficou mais abalada após a Federação intermediar a venda dos direitos de transmissão para a TV Globo, fechando com todos os participantes, com exceção da dupla.

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“Achamos que a televisão estava debochando dos nossos clubes, reduzindo a oferta do ano anterior”, criticou o presidente coxa-branca, Rogério Bacellar, em entrevista à ESPN.

“Estou extremamente triste, mas por outro lado vimos as duas torcida unidas contra a Federação... Mas é surreal o que aconteceu”, salientou o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mario Celso Petraglia.