Lance do clássico Atletiba disputado no Pinheirão, em 1998, época da reconstrução da Baixada| Foto: Antônio Costa/Arquivo Gazeta do Povo

"Naquele ano de 1998, lem­­­­­­bro muito bem, jogamos no Pinheirão e na Vila Capanema", recorda o ex-volante Paulo Miranda. "Tanto a diretoria quanto o Abel [Braga, técnico] falaram da dificuldade que seria para o Atlético ter de jogar o Brasileiro fora da nossa casa", continua ele, titular da meia cancha rubro-negra na época.

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O cenário de 15 anos atrás, de certa forma, também vale para a atual temporada. Apesar de já estar calejado após a peregrinação por três casas diferentes na Série B do ano passado – Durival Britto, Ecoestádio e Caranguejão –, o Furacão volta à elite do futebol nacional tendo de encarar novamente uma casa alugada.

Enquanto a Arena da Bai­­xada passa por reformas para a Copa de 2014, a força que a torcida exercer nas arquibancadas das Vilas Capanema e Olímpica terá peso dobrado para o sucesso em campo. "A torcida foi fundamental, veio junto com o time, que era muito bom e preparado para jogar fora da Baixada. Acho que a equipe atual está na mesma situação", segue Miranda, atualmente trabalhando como empresário.

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Diante do torcedor, o time de 1998 ganhou 61% dos pontos. Foram cinco vitórias, quatro empates e três derrotas. O número é imensamente superior ao retrospecto longe de Curitiba, de apenas cinco pontos e 15% de aproveitamento. Na somatória, o Rubro-Negro terminou o ano no meio da tabela, em 16.º lugar – o torneio tinha 24 participantes.

"A diferença realmente existe. Jogar na Baixada, com pressão da torcida, é incomparável", contextualiza o ex-zagueiro Gustavo Caiche, que desembarcou no CT do Caju naquele ano. Ao todo, foram seis duelos disputados no estádio do Tarumã, normalmente com público menor, e outras seis partidas na praça esportiva do Rebouças, com mais apelo dos fãs.

Além da necessidade de jogar fora de casa, há outra semelhança com o elenco atual. "Tínhamos alguns nomes mais experientes, mas também vários garotos como o Gustavo, o Cocito, o Lucas. O entrosamento foi muito rápido. Hoje o importante é pensar em permanecer e formar a base para conquistas no futuro", lembra o ex-capitão Reginaldo.

No ano seguinte, em 1999, veio o prêmio: a classificação para Libertadores por meio da Seletiva. "É um pensamento em longo prazo, almejar títulos fica em segundo plano agora. Estão no caminho certo", completa o Cachorrão.

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