A aproximação inédita que Atlético e Coritiba tiraram do papel no início de 2015 estremeceu na semana do clássico deste domingo (16), às 17 horas, na Vila Capanema.
O clima de união pregado pelos clubes fora de campo – e bancado com entrevistas coletivas e campanhas de marketing conjuntas, além de um esforço coletivo para o acerto de patrocínios – nunca ficou tão em segundo plano por causa de decisões de ambas as diretorias.
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O Furacão não queria disputar a partida neste fim de semana e contava com a ‘boa vontade’ do coirmão. A intenção era ter adiantado ou postergado o duelo para jogar na Arena da Baixada, fechada para a montagem do palco do show de Andrea Bocelli, na próxima quarta-feira (19).
Só que o Coxa rejeitou as propostas. A CBF, então, marcou o confronto para no estádio do Paraná, na data original, causando a ira dos torcedores atleticanos com sua diretoria. Foi estopim para uma série de acontecimentos que esquentaram o ambiente pré-clássico.
O presidente rubro-negro, Luiz Sallim Emed, nega que tenha sido uma retaliação, mas aumentou o preço do ingresso para os visitantes em 100%, para R$ 200. A justificativa é que a majoração do tíquete foi a saída encontrada para ter um prejuízo menor ao jogar fora da Arena.
A estratégia causou profundo mal-estar na diretoria e na torcida alviverde. Na sexta (14), veio a reação. O clube do Alto da Glória anunciou que abriu mão de sua carga de bilhetes (10% do total). No lugar, fará um evento no Couto Pereira com telão e food trucks.
Em resumo, o Atletiba na Vila virou clássico de uma torcida só. Uma novela que contradiz o discurso oficial.
“Isso não pode enfraquecer a relação entre Coritiba e Atlético. Apesar dessas turbulências, temos que ficar aliados fora de campo para fortalecer o futebol paranaense”, garante Sallim, que almoçou com o presidente do Coritiba, Rogério Bacellar Portugal, e com presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mario Celso Petraglia, na última terça (11).
Dois dias depois, no fim da tarde, o Coritiba confirmou que recebeu um comunicado do Atlético com a elevação do ingresso. “É bem complicado, nesse tempo de crise, um valor desse tamanho no ingresso, para a maioria do torcedor fica inviável. Então é algo que nós temos que lidar com isso e usar como motivação no jogo” , acredita o meia Juan, que estará em campo neste domingo pelo Coxa.
Mesmo com a teórica vantagem de um estádio apenas atleticano, até o técnico Paulo Autuori ressaltou que discorda da torcida única. “Acho que é ruim em qualquer sentido [torcida única] e citei a falta de segurança porque no Brasil afora isso está acontecendo, clássicos com torcida única, e qualquer outra situação que gere esse tipo de problema também sou crítico”, falou.
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