De volta ao Operário, clube que ajudou a projetar no inicio dos anos 1990, Antônio Luiz Mikulis hoje colhe os frutos do trabalho que começou em outubro de 2014.
Finalista do Paranaense, o Fantasma conta com os serviços do diretor de futebol de 69 anos, duas vezes ex-presidente (1978-1982 e 1989-1992) do time de Vila Oficinas. Na segunda passagem, a equipe permaneceu três anos na Série B e chegou a ficar a um ponto do acesso à elite.
O crédito pelo retorno à boa fase, porém, é rechaçado por Mikulis, conhecido como Águia. “Hoje temos um grupo que toca o futebol. Não sou Jesus Cristo, sou apenas Santo Antônio”, brinca.
Atuando na montagem do elenco, no dia a dia e na composição financeira do grupo que investe no futebol, o dirigente contraria a lógica utilizada pelos clubes do interior. Se na maioria dos casos a busca é por atletas jovens, o perfil do Fantasma é diferente. “O estilo é procurar jogadores de qualidade, com experiência. Não adianta montar time de meninos, para tentar revelar jogadores, porque sofre muito”, diz.
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Para montar uma equipe competitiva, Mikulis conta com o apoio de outro velho conhecido do Operário, o gerente Paulo Balancini, que trabalhou na década de 1990. Além disso, conta com o aporte do grupo de empresários comandados por José Álvaro Goes Filho.
“Temos hoje um grande conselho, de 40 empresários, e eles têm mantido o futebol. Além de pagar mensalmente, vão atrás de patrocínio, tudo. Esse grupo absorveu o departamento de futebol do Operário”, revela o diretor.
Dono de restaurantes em Ponta Grossa, o dirigente explica como formou o time para a disputa do Estadual. “Foi questão de escolher um técnico e uma comissão técnica forte. O Paulo [Balancini] conhece muito jogador, então buscamos atletas que encaixassem na nossa realidade. As escolhas tem a cara do Itamar [Schülle], um cara com estilo do futebol gaúcho, que marca, tem um jogo muito pegado”.
Os resultados de 2015 obrigam Mikulis a pensar não só no presente do Operário. Se antes o clube tinha projeto para quatro anos de atividade, e imaginava conseguir uma vaga na Série D em 2016, hoje a visão é maior.
“Nós temos um projeto [com os empresários] de quatro anos. Mas o futebol é dinâmico, você cria alguma coisa e ela acaba mudando. Já estamos iniciando o projeto Série C, trabalhando para melhorar a equipe”, conta o dirigente, que pede para o torcedor ‘comprar’ o projeto como associado.
“Não queremos todo mês correr com pires, pegando dinheiro de um e de outro pra manter a equipe”, finalizou.
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