O goleiro Vitor viu o título estadual do Londrina antes e mais perto do que todos os mais de 20 mil presentes ao Estádio Willie Davids. Quando Cristiano cobrou o pênalti decisivo, o camisa 1 londrinense estava junto no lance, atento. Pulou para o lado direito e viu a bola caprichosamente passar rente à trave. Sequer tocou na bola. Nem precisava. Com cinco defesas no tempo normal e pegando a cobrança de Fábio Martins, já havia garantido a condição de herói da final. Uma volta por cima para quem, coincidentemente, tem o sobrenome Ressurreição.
"No último jogo falaram muito de mim, que eu falhei no gol [do Baiano], mas ninguém sabe o que é estar aqui dentro. É fácil falar de fora. Isso serviu de motivação para mim e agora só mostrei que foi a concretização de um trabalho, não só meu, mas de toda a equipe", desabafou Carlos Vitor da Costa Ressurreição.
Carioca, 28 anos, Vitor rodou o país para comemorar o primeiro título da carreira em Londrina. Uma história de dez clubes de oito estados diferentes, com duas passagens pelo Arapongas, antes de vestir a camisa do LEC no fim do ano passado. "Trabalhamos para esse momento, que é especial. É a consagração de tudo o que fizemos desde outubro. É um título muito importante para a torcida, para nós jogadores e para a família de cada um de nós", afirmou.
Vitor tornou-se símbolo de um time que precisou se superar nas últimas semanas. Somente ele e o lateral-esquerdo Paulinho estiveram em campo em todos minutos das cinco partidas decisivas disputadas em 16 dias: a dura fase semifinal do Paranaense com o Atlético, a heroica classificação na Copa do Brasil contra o Criciúma e os dois duelos pela taça com o Maringá.
"Foi demais, estamos em uma maratona. Foram vários jogos seguidos, mas esse título coroou a superação de todos", comemorou o meia Rone Dias, que quase se transformou em vilão ao perder a primeira cobrança na disputa de pênaltis. "Lutamos demais. O nosso time era desacreditado no começo do campeonato, mas chegamos onde queríamos", emendou o volante Bidía.
O ambiente só não foi melhor porque não era o Estádio do Café testemunhando o tetra estadual. Isso, porém, até serviu de combustível para animar ainda mais os atletas do Londrina. "Eles gritaram campeão antes da hora. Lá em Londrina já tinham feito isso e hoje [ontem] de novo. Futebol se ganha no campo e não dava para deixar escapar", fechou Rone Dias.
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