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Estratégia

Quatro pontos-chave ajudaram a Inglaterra a diminuir os casos de violência no futebol:

- Estádios

Redução na capacidade, aumento dos preços dos ingressos, colocação de cadeiras, fim dos alambrados, instalação de sistemas de monitoramento por imagem dentro e fora do estádio.

- Polícia

Treinamento de oficiais e investimento em inteligência para identificar criminosos e evitar confrontos.

- Legislação

Tipificação de 11 tipos de crimes com rigidez em prisões e banimentos: 1) brigas, 2) desordem pública, 3) arremesso de artefatos de fogo, 4) racismo, 5) invasão de campo, 6) ofensas sob influência de álcool, 7) atuação de cambistas, 8) posse de armas, 9) uso ou posse de fogos de artifício, 10) quebra de ordem de banimento, 11) depredação.

- Responsabilidades

Os clubes são os principais responsáveis por garantir a segurança nos estádios. A polícia só é destacada se o jogo envolver alto risco ou se o clube pedir (sob pagamento dos custos).

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Entre 10 de novembro de 2012 e 20 de setembro de 2013, 471 pessoas foram proibidas de frequentar estádios de futebol na Inglaterra por um perío­do de três a dez anos. No total, hoje 2.450 precisam se apresentar a uma delegacia local em dias de jogo ou estão presos no país dos hooligans – como se tornaram conhecidos os violentos torcedores que assombraram a Europa principalmente até o fim dos anos 80.

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Os números são do relatório mais atual do Ministério do Interior do Reino Unido, que reúne estatísticas de violência relacionada ao futebol.

No período, as autoridades registraram 2.456 ocorrências dentro (1.127) ou fora (1.329) das praças esportivas por 11 tipos de crimes. Entre elas brigas, uso de artefatos de fogo, racismo, invasão de gramado, posse de armas e depredação. A conta contempla também os torcedores ingleses presos fora do território nacional.

O registro de todas as ocorrências é uma das medidas de controle que fazem parte de uma mudança radical na forma com que o país passou a enfrentar a violência no futebol há mais de 20 anos.

Foram necessárias três tragédias para que as coisas tomassem outro rumo, não necessariamente relacionadas com torcedores violentos. Em 1985, na final da Copa dos Campeões da Europa entre Liverpool e Juventus, 38 pessoas morreram, a maioria esmagadas ou pisoteadas, quando hooligans ingleses partiram para cima dos rivais no Estádio de Heysel, em Bruxelas, na Bélgica.

No mesmo ano, um incêndio no Estádio Valley Parade, em Bradford, no jogo entre Bradford City e Lincoln City pela Terceira Divisão inglesa, vitimou 56 pessoas. A gota d'água foi em Sheffield, no Estádio de Hillsborough, quando a superlotação no confronto entre Liverpool e Nottingham Forest pela final da Copa da Inglaterra matou 96 e feriu 766.

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As primeiras atitudes se voltaram principalmente para a transformação das praças esportivas em locais seguros. Na esfera criminal, as leis e as penas ficaram mais rígidas, prevendo a prisão de torcedores e banimento dos estádios.

Todas as alterações que reduziram significativamente os confrontos entre torcidas – ainda existem, mas em menor número – envolveram três setores fundamentais: futebol, governo e polícia.

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