Os problemas financeiros do Coritiba, que levaram ao atraso de salários de jogadores, ocorreu, entre outros motivos, pela forte queda no número de associados - semana passada, o elenco não concentrou para a partida com o Rio Branco em protesto contra os atrasos. Após chegar a 23 mil sócios ano passado, o Alviverde hoje tem apenas 14 mil sócios. O dado foi revelado pelo diretor executivo do clube, Maurício Andrade, em entrevista coletiva na manhã dessa quarta-feira (2).
“A quantidade de sócios caiu drasticamente esse ano, o que evidentemente acendeu a luz vermelha. Mas nós fizemos pesquisas sobre esse assunto com os nossos associados e isso ocorreu não por outro motivo que seja a condição econômica do país”, explica, lembrando que foi lançada uma campanha na semana passada para que o time volte a casa de 20 mil sócios.
Andrade falou também que por causa da situação econômica do país houve problemas com patrocinadores, que reduziram os valores de investimento. Mesmo assim, o executivo do Coxa garante que até quinta-feira (2) os salários dos jogadores estarão em dia.
“Tivemos que fazer um levantamento de pendências que tínhamos anteriores à nossa gestão”, explica Andrade. “Foram duas ações [para conseguir quitar esses débitos]. A primeira foi uma redução drástica das nossas despesas operacionais. Saímos da casa de R$ 83 milhões para R$ 63 milhões esse ano”, conta. “A outra foi a busca de novos contratos de patrocínios, renovação de algumas coisas que tínhamos, que já se materializaram em fevereiro”, acrescenta.
Esporte Interativo
O diretor executivo ainda garantiu que para quitar os débitos com os atletas a diretoria não conta com o dinheiro do contrato o canal Esporte Interativo para a venda dos direitos de transmissão para televisão fechada nos Brasileiros entre 2019 e 2024. Andrade explica que essa é uma receita extraordinária que pode vir a entrar na receita do clube caso as negociações, que estão bem avançadas, se concretizem. O dinheiro da transmissão ajudaria também a sanar parte da dívida total do Coritiba, hoje em torno de R$ 200 milhões.
Andrade afirma que o clube tem gasto R$ 150 mil por mês com o Profut,o programa de refinanciamento de dívidas do governo federal. A expectativa é de que não ocorram mais atrasos salariais e acabar com a ideia de que o mês tem 50 dias no Coxa.“Não queremos mais ter isso. Devemos conseguir manter 35, 40 dias, como é de praxe”, afirma.
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