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O Coritiba concluiu, no início deste ano, a recuperação de todas as suas certidões negativas de débito. Um processo que engloba quitação parcial e renegociação de dívidas antigas, além de manter em dia os tributos. Na prática, o clube limpou seu nome – pode firmar convênios com entes públicos e voltou a ser procurado por bancos com ofertas de crédito – e reduziu a importância da Coritiba Futebol S/A.

Figura jurídica criada em 2002, pelo então presidente Giovani Gionédis, a S/A surgiu com a finalidade de inserir o clube na Bolsa de Valores. Por isso seu estatuto prevê, entre outras atividades, o gerenciamento do futebol alviverde. Como a entrada no mercado financeiro acabou barrada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a sociedade anônima foi se tornando escudo contra penhoras. Como a S/A não era ré em ações e tinha certidões negativas, receitas do Coritiba eram repassadas para a empresa e acabavam protegidas. "Era uma realidade muito forte do clube até cinco anos atrás", reconhece o responsável pela controladoria coxa-branca, José Roberto Scheller Júnior.

Hoje, o papel da S/A é esvaziado. Na prática, cuida do aluguel da churrascaria anexa ao Couto Pereira, lanchonetes e camarotes do estádio. Também administra o dinheiro dos contratos de tevê. Em 2011, por exemplo, usou as luvas do acordo com a Globo para comprar o terreno onde será construído o CT de Campina Grande do Sul.

Também tem em seu patrimônio o direito de uso do Couto, algo acertado na concepção da S/A. Propriedade que levou a Axcel Auditores Independentes, empresa contratada para auditar o balanço da S/A, a apontar o risco de reflexos no patrimônio e resultado da sociedade. "A gente aceita o comentário, mas discorda. Qualquer impacto ao patrimônio da S/A será absorvido pelo Coritiba", diz Scheller.

O Coritiba Foot-Ball Club detém 99,99% das ações da S/A – o 0,01% restante é dividido entre 13 conselheiros –, da qual absorve todo o lucro. Em 2012, a Coritiba Futebol S/A faturou cerca de R$ 500 mil. Uma fatia pequena dos R$ 80 milhões de receita que devem ser apresentados no balanço do clube, a ser publicado neste mês.

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