Paraná demite Gusso. Presidente nega e técnico reclama de falta de ética

Luciano Gusso não é mais técnico do Paraná. Decisão tomada na manhã desta sexta-feira (24), mas ainda sem o conhecimento do próprio treinador nem do presidente do clube, Luiz Carlos Casagrande.

Segundo informações das rádios Banda B e Transamérica, Gusso e toda a comissão técnica serão desligados em consequência da eliminação para o Jacuipense-BA, na quinta-feira (23), pela Copa do Brasil. Já haveria, até, um substituto em vista: Nedo Xavier, atualmente no CSA-AL.

Procurado pela Gazeta do Povo, Gusso disse não ter sido informado sobre sua saída. “Ninguém da diretoria nem o Vavá me ligou. Se for verdade, é uma falta de ética”, queixou-se Gusso, em referência à informação ter vazado. “Não sei se sou o perfil que gostariam de ter”, prosseguiu.

À reportagem, o presidente do clube também negou a dispensa do treinador. Disse, inclusive, ter pedido calma aos dirigentes depois do jogo e que o tema seria tratado nesta sexta-feira à tarde, em reunião. Informado sobre a demissão já estar sendo tratada publicamente, demonstrou irritação. “Vou checar de onde veio essa informação, pois tem gente falando em nome do clube sem autorização”, afirmou Casinha.

Vavá Ribeiro, vice de futebol, disse que estava em sua empresa e só falaria sobre Paraná depois das 18 horas. O gerente de futebol, Edson Neguinho, e o gestor de futebol, Fernando Miguel, não atenderam as ligações.

Nedo Xavier negou ter sido procurado pelo Paraná para substituir Gusso.

Era Gusso: ataque ruim e aproveitamento baixo na Vila

Técnico do sub-20 até ano passado, Luciano Gusso foi promovido ao time principal no início de 2015, com a filosofia de dar mais oportunidades aos jogadores da base. Acabou sendo mais um treinador a ter de administrar os atrasos de salário do elenco, enquanto tentava montar um time competitivo. Desde a renúncia do presidente Rubens Bohlen, Gusso vinha participando ativamente da montagem do elenco para a Série B, com indicação e avaliação de reforços.

Até sua saída, o Paraná havia contratado apenas o zagueiro Rodrigo, ex-XV de Piracicaba, e o volante Éder, ex-São Bento. Ritmo de contratação que fez o treinador projetar, após a eliminação para o Jacuipense, dificuldade em começar a Série B com o time ideal.

“Não vamos chegar na Série B com o entrosamento ideal. Temos consciência de que vamos precisar de atletas com maior experiência, mais rodados, que tenham participado de competições importantes”, afirmou o agora ex-treinador.

Ao todo, Luciano Gusso treinou o Paraná em 15 partidas, somando Paranaense e Copa do Brasil. Foram seis vitórias, quatro empates e cinco derrotas. O clube foi eliminado pelo Operário nas quartas de final do Estadual e pelo Jacuipense na primeira fase da Copa do Brasil. Além dos problemas com salário, as principais marcas do time de Gusso foram a inoperência ofensiva (14 gols em 15 jogos) e o retrospecto ruim como mandante (foram duas vitórias, três empates e duas derrotas).

Será na Vila Capanema a estreia tricolor na Série B: sexta-feira, 8 de maio, 21 horas, contra o Ceará.