O Paraná deve dois meses e meio de salários atrasados, na forma de direitos de imagem, para a maior parte de seu elenco.
Artifício utilizado pelos clubes para diminuir a carga tributária incidente sobre os vencimentos dos jogadores, os direitos de imagem constituem cerca de 90% do valor recebido mensalmente pelos atletas contratados pelo grupo Paranistas do Bem, que assumiu a diretoria em março, para a Série B.
Para se ter ideia, um dos jogadores paranistas que ganhava o total de R$ 20 mil durante a Segundona recebia o montante de R$ 1,5 mil registrado em carteira de trabalho e outros R$ 18,5 mil a título de direitos de imagem, um contrato da esfera cível, não trabalhista.
Procurado pela reportagem, o presidente eleito Leonardo Oliveira, que deve tomar posse nos próximos dias, não quis comentar os atrasos. Na última quinta-feira (3), Oliveira esteve acompanhado do presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Hélio Cury, em visita à sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro.
Na mesma data, clube e FPF comunicaram a desistência do Tricolor em duas ações que movia junto de Atlético e Coritiba contra a entidade. Segundo o ainda presidente Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, a visita de Oliveira à CBF nada teve a ver com um possível adiantamento de verbas televisivas para quitar os valores atrasados.
O certo é que a situação já incomoda alguns atletas e pode dificultar renovações contratuais. Até o momento, somente o lateral-esquerdo Fernandes teve vínculo estendido para a próxima temporada. Já o meia Valber, de 34 anos, ex Sampaio Corrêa, deve ser o primeiro reforço para o ano que vem.
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Internamente, o clube estipulou que a folha salarial para o Estadual de 2016 girará em torno de R$ 350 mil. Nesta Série B, a folha tricolor girou em torno de R$ 400 mil. A instituição deste teto salarial foi a forma que o Paranistas do Bem encontrou para tentar cumprir a promessa de manter os salários em dia durante toda a Série B.
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