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A torcida organizada do Paraná Clube lamentou, em nota, a "perda de um grande irmão", em referência ao torcedor do Sport Paulo Ricardo Gomes da Silva, morto anteontem após ser atingido por um vaso sanitário no Recife.

Silva, 26, deixava o estádio do Arruda junto com a torcida do Paraná , que disputou partida contra o Santa Cruz pela Série B do Campeonato Brasileiro. Ele foi atingido por uma privada arremessada do estádio e morreu na hora.

Sport e Santa Cruz são clubes rivais. As organizadas do Paraná e do Sport, por sua vez, são parceiras e recepcionam os torcedores do time visitante em caso de disputa com os rivais.

Na nota divulgada pela Fúria Independente, a organizada do Paraná reclama da "atitude demente" e "imbecil" de quem atirou o objeto.

"Nesta madrugada triste, não perdemos só um amigo ou aliado, perdemos mais um pedaço do amor que sentimos pelo futebol", afirma a nota.

O Paraná, que empatou com o Santa Cruz em 1 a 1, também lamentou o ocorrido e pediu em nota "que a Justiça seja feita e os responsáveis sejam punidos".

Investigação

A polícia ainda não tem suspeitos do crime. As privadas foram arrancadas de um dos banheiros do estádio e atiradas contra os torcedores do Paraná cerca de 30 minutos após o fim do jogo. Se identificados, os culpados deverão ser indiciados sob suspeita de homicídio doloso, quando há intenção de matar.

O secretário de Defesa Social do Recife, Alessandro Carvalho, responsabilizou o Santa Cruz, que tinha o mando do jogo, pela morte do torcedor.

Segundo Carvalho, o clube não tem as câmeras internas exigidas pelo Estatuto do Torcedor e deveria ter garantido segurança privada no interior do estádio.

O presidente do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto, disse em entrevista à "TV Globo" que o time "se sente vítima" e que o estádio estava fechado no momento do crime. Neto diz que "o Santa Cruz é contra vândalos" e defendeu que a presença deles nas torcidas organizadas seja apurada. A reportagem não conseguiu contato com ele ontem nem hoje.

Em março, torcedores do Santa Cruz arrancaram privadas da Ilha do Retiro, sede do Sport. Também há registro de depredação e arrastões.

Por causa dos episódios recentes, as organizadas de Pernambuco estão proibidas pela Justiça, desde abril deste ano, de entrar em estádios do Estado.

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