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Michel Platini, presidente da Uefa, durante conferência em Zurique: apoio ao príncipe  Ali bin Al-Hussein. | RUBEN SPRICH/REUTERS
Michel Platini, presidente da Uefa, durante conferência em Zurique: apoio ao príncipe Ali bin Al-Hussein.| Foto: RUBEN SPRICH/REUTERS

Depois de duas horas de reunião, os dirigentes da Uefa, entidade que dirige o futebol europeu, decidiram não boicotar a eleição para presidente da Fifa marcada para esta sexta-feira (28).

Opinião de Carneiro Neto: futebol no lodo

Os cartolas da Uefa mantiveram o discurso de apoio ao príncipe da Jordânia, Ali bin Al-Hussein, vice-presidente da entidade e único adversário do presidente Joseph Blatter, favorito à reeleição a um quinto mandato.

O presidente da Uefa, Michel Platini, afirmou nque acredita na possibilidade de o suíço perder. Em entrevista coletiva, o ex-jogador afirmou que a maioria dos delegados europeus no pleito votarão no jordaniano. Segundo o dirigente francês, seu candidato preferido contaria com 45 ou 46 dos 53 votos da Uefa. A Rússia, sede da Copa de 2018, não vai seguir a orientação pelo voto de oposição.

A eleição será realizada durante o congresso que começa nesta quinta (28) em Zurique com as 209 federações com direito a voto.

“Não é fácil dizer para um amigo que ele precisa ir embora. Estou dizendo isso com tristeza, com lágrimas nos olhos. Tivemos muitos escândalos”, afirmou Platini, que disse ter ouvido de Blatter que era tarde demais para recuar. “Eu fui o primeiro a ficar enojado com isso”, seguiu ele. “Se Blatter vencer, a Uefa fará uma reunião em Berlim para discutir o futuro de nossas relações com a Fifa”.

Na tarde de quarta (27), dirigentes da Uefa ameaçaram boicotar a eleição após a operação policial que prendeu sete cartolas da Fifa em Zurique, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin – todos acusados de corrupção pelas autoridades americanas. 

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Parte dos membros da entidade europeia, porém, resistia ao movimento de boicote, preferindo marcar posição pelo voto contra o adversário de Blatter.

O presidente da entidade, Michel Platini, teria pedido pessoalmente para Blatter renunciar ao cargo. O suíço, no entanto, teria recusado discutir o assunto.

Já o presidente da federação holandesa, Michael van Praag, que desistiu de concorrer ao cargo, afirmou aos jornalistas que o boicote não teria efeito e daria uma vitória tranquila a Blatter.

Sob pressão diante do escândalo que atinge a imagem da Fifa, Blatter marcou reunião de emergência com os representantes das confederações continentais para discutir a crise. No encontro, teria novamente reforçado que não vai deixar o cargo antes da eleição desta sexta.

Uma das principais organizações não-governamentais (ONG) no combate à corrupção pelo mundo, a organização Transparência Internacional (TI) foi mais dura e pediu nesta quinta-feira (28) a renúncia imediata do presidente da Fifa, Joseph Blatter, assim como o adiamento das eleições previstas para ocorrer nesta sexta-feira (29) em Zurique.

Mais cedo, ele cancelou presença agendada oficialmente em evento de medicina esportiva da Fifa marcado.

O diretor médico da Fifa, Jiri Dvorak, argumentou que o dirigente suíço disse que não poderia comparecer por causa das “turbulências” em curso.

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