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Luciano Gusso considera que a diferença entre ouvir e ignorar os conselhos dos mais velhos dJefine o sucesso de muitos jovens jogadores no futebol | Jonathan Campos/ Gazeta Povo
Luciano Gusso considera que a diferença entre ouvir e ignorar os conselhos dos mais velhos dJefine o sucesso de muitos jovens jogadores no futebol| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta Povo

"Zagueiro canhoto, clássico, mais técnico do que forte. Sabia sair jogando e jogava mais do que marcava. Trabalhador, pontual e organizado. Um capitão nato".

É assim que Cleocir Santos, o Tico, atual auxiliar técnico de Marcelo Oliveira no Cruzeiro, apresenta o jogo do ex-zagueiro Luciano Gusso, hoje com 45 anos, treinador do Paraná para 2015, após a saída do pentacampeão Ricardinho.

Revelado nas categorias de base do Pinheiros sob o comando do próprio Tico, ainda em 1985, a carreira de atleta de Gusso teve início meteórico e final precoce.

Desde cedo, presença frequente nas categorias de base da seleção brasileira. Em 1987, aos 16 anos, a estreia entre os profissionais do Pinheiros. Já no ano seguinte, transferência para o São Paulo de Raí, Ronaldão e Antônio Carlos. Em 89, retorno ao Pinheiros e permanência no Paraná, após a fusão no mesmo ano. Na sequência, passagens pelo futebol português, Coritiba e, por fim, Uberlândia, onde encerrou a carreira, aos 25 anos. O motivo: uma sequência de lesões.

"Tive uma série de lesões na carreira. Primeiro, problemas no joelho. Depois, problemas musculares. Por causa disso, após a passagem pelo São Paulo, pouco consegui jogar", relata Gusso. Em meio às dúvidas sobre o futuro nos campos, o então zagueiro recebeu convite para trabalhar como técnico na base do Malutrom, atual J. Malucelli.

Em princípio, relutou. "Foi tudo muito difícil nesta época. Teve um período de adaptação. Quando aceitei o convite do Malutrom, achei que não daria continuidade, me considerava muito jovem para a função. Mas então comecei a pegar gosto pela profissão, pelo comando e pela chance de ajudar atletas mais jovens a se desenvolverem", admite Gusso.

Logo no primeiro ano como treinador, em 1996, conduziu a equipe ao vice-campeonato estadual da categoria infantil, ficando à frente da dupla Atletiba e perdendo o caneco para o Paraná. A campanha bastou para animá-lo. Começou a estudar, fazer cursos e se aprimorar na área técnica. No próprio Malutrom subiu de categorias até participar, como auxiliar técnico de Amauri Knevitz, da campanha do título brasileiro da Série C, em 2000.

"A principal caraterística dele [Gusso] é ser um treinador tático. Talvez não tenha aquele perfil de um treinador motivacional. No sub-20 do Malutrom, de tanto que ensaiava jogadas, sabíamos exatamente o que ia acontecer no jogo e até quem faria o gol", opina Knevitz, atual comandante do Rio Branco.

Na sequência, treinou equipes do Oriente Médio e do interior paulista e paranaense. No início de 2013, chegou ao Paraná para assumir o cargo de coordenador técnico da base. Em 2014, comandou os garotos na Copa São Paulo. Para Gusso, a experiência como jogador o auxilia na hora de aconselhar os mais jovens.

"Falo para eles de meus acertos e erros. Muitas situações, o atleta precisa viver para aprender. Em muitos casos o jogador fica pelo caminho, pois não dá ouvidos aos mais velhos. Aqueles que tomam consciência de algumas realidades, seguem em frente e se consolidam", complementa.

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