Em lance de muita inspiração, Madson protege a bola da marcação de Paulo Henrique, dentro da pequena área, e bate de calcanhar para empatar a partida na Vila Capanema: o golaço manteve o time vivo no clássico| Foto: Hedeson Alves/ Gazeta do Povo

Opinião

Comemorações equivocadas

Fernando Rudnick, repórter

Quem foi à Vila Capanema ontem pode até reclamar do resultado do jogo, mas viu um bom duelo entre Paraná e Atlético. Sobretudo no segundo tempo, porque a primeira etapa teve apenas três defesas dos goleiros. Quem esteve no estádio paranista ontem também observou – quatro vezes! – como não comemorar um gol. Kelvin e Léo, pelos donos da casa, e Madson, pelos visitantes, foram advertidos com cartões amarelos por tirar a camisa na comemoração. Considero uma medida estúpida, mas está na regra.

O mais incrível disso, no entanto, é como esses atletas, profissionais do futebol, não aprendem. Erro bisonho que pode prejudicar demais suas equipes. No caso do clássico, foi Madson quem deixou o Rubro-Negro em maus lençóis, primeiro por jogar a camisa para o alto, depois com o que teria sido um gesto obsceno direcionado à torcida adversária.

Quem visitou o Durival Britto ontem viu, por último, uma atitude lamentável. Pura e imbecil provocação clubística. A gralha, mascote paranista, chutou insistentemente um cachorro de pelúcia perto da torcida atleticana. Bateu até pênalti com o que seria um poodle – apelido pejorativo dos rubro-negros. Em um mundo já violento, qual o argumento para incitar ainda mais a selvageria entre rivais?

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Confira a ficha técnica do jogo entre Paraná e Atlético
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Herói? Com certeza. Vilão? Quase. Esse foi o resumo da participação do meia Madson no jogo de ontem. Por duas vezes o Atlético esteve atrás no placar e o jogador tratou de deixar a partida em igualdade. Na primeira, fez o que quis na pequena área antes de tocar de calcanhar para o gol. Na comemoração, tirou a camisa e recebeu cartão amarelo. Na segunda, aproveitou um rebote do escanteio e chutou de fora da área. Dessa vez não arrancou o uniforme, mas provocou a torcida pa­­ranista, foi novamente advertido e, consequentemente, expulso.

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Não fosse o gol de Adaílton no fi­­­­nal do jogo, o empate bem que po­­deria cair nas costas de Madson. Tanto é assim que o técnico Ge­­ni­­nho preferiu deixar de lado os gols do jogador e reprovar a atitude de­­le, já que no momento em que foi expulso, o Rubro-Negro tinha um atleta a mais em campo.

"Entendo o primeiro cartão, pe­­lo gol que foi, muito bonito. Mas foi muito ingênuo no segundo cartão. Não pode mexer com a torcida. Vá abraçar os jogadores, não atravessar o campo e provocar", reclamou o treinador, que admitiu temer pe­­lo resultado daquele instante em diante.

Por outro lado, Geninho elogiou a atuação de Adaílton, que nova­­men­­te entrou e sacramentou o re­­sultado. Contra o Cascavel, já havia entrado e marcado na segunda etapa. Apesar dos gols, o jogador deixa a titularidade nas mãos do treinador. "Estou dando meu máximo. Espero que sempre que eu entrar, possa ajudar bastante para sairmos com a vitória. O treinador é que vai escolher quem joga", disse o autor do gol da vitória atleticana.

Outro que chegou recentemente e já tem a confiança de Geninho é o zagueiro Dalton. Ele não quer de­­cepcionar o comandante e admite que vai seguir treinando forte pa­­ra continuar como titular. Se­­gundo ele, está em busca da perfeição para ajudar o time. Apesar disso, sabe que a situação do Atlético na luta pelo segundo turno está distante. "En­­quanto tivermos chances matemáticas, vamos buscar o título. Temos melhorado a cada jogo e a tendência é melhorar ainda mais", espera Dalton.

Julgamento

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O julgamento do Rio Branco está marcado para amanhã e a decisão do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná pode influenciar na disputa do Paraná Clube contra o rebaixamento. Caso o Leão da Estradinha seja condenado pela escalação irregular do jogador Adriano, pode perder até 22 pontos. A punição é de acordo com o número de jogos que o atleta assinou a súmula, que foram seis, mais os pontos conquistados na ocasião. A defesa alega que houve equívocos com relação ao nome do jogador por parte das federações estaduais de futebol do Paraná, São Paulo e Espírito Santo. "Não vejo a má fé no clube, que municiou a Federação Paranaense de Futebol com mais de 40 documentos do jogador", alega.