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Quando deixou o cargo de capitão da Copa Davis, no fim de 2006, Fernando Meligeni já não estava satisfeito com a atual direção da Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Na época, o tenista afirmava que a entidade estava mais preocupada em arrecadar dinheiro e saldar suas dívidas do que interessada em vencer na competição entre países.

Hoje, mais de três anos depois, Meligeni tem outras críticas contra Jorge Lacerda, presidente que ajudou a eleger. O tenista afirma que o cartola não cumpriu sua principal promessa de campanha, a transparência financeira, e pediu explicações públicas. O desabafo veio logo depois de conquistar o título do Rio Champions, no Maracanãzinho.

"A coisa que mais me entristece não é o trabalho dele. É a gente não conseguir saber o quanto que tem e pra onde está indo. E eu acredito piamente no Jorge e que ele não está dando uma de Nelson Nastás (ex-presidente da CBT, acusado de desvio de verbas da CBT e falta de prestação de contas). O que eu não consigo acreditar é que a plataforma política dele (Jorge Lacerda) foi "falar quanto tem, colocar no site e dizer para onde está indo". Foi assim que a gente apoiou ele. Essa é a minha grande crítica. Quanto ganha o Emilio (Sánchez, espanhol contratado para coordenar do tênis brasileiro)? Quanto está se dando para o profissional? Quanto se tem dos Correios? Quanto se tem do COB?"

Meligeni afirmou também que o trabalho de Jorge Lacerda, há quatro anos na presidência da CBT, só poderá ser avaliado de forma justa quando os valores forem revelados.

"Se tiver R$ 600 mil, como todo mundo está dizendo, por mês, está péssimo o trabalho dele, está tétrico. Se tiver R$ 200 mil, é ruim. Se ele tiver R$ 50 mil, é bom. Simples assim. O que ele está fazendo com R$ 500 mil por mês? Só posso opinar claramente como está o mandato dele no dia que ele falar assim: "É isso que eu tenho, é isso que eu fiz". Aí todo mundo analisa e diz "você é péssimo", "você é ótimo" ou "você é mais ou menos". Como em qualquer empresa."

Procurado pelo GLOBOESPORTE.COM, Jorge Lacerda disse que os valores sempre foram divulgados. Ele lembrou que o contrato com os Correios, principal patrocinador da CBT, rende à entidade R$ 4,3 milhões anuais, e que mais R$ 1,3 milhão entra nos cofres graças à Lei Agnelo/Piva. Lacerda também citou as cifras do contrato do espanhol Emilio Sánchez, coordenador do tênis brasileiro.

"Nós nunca deixamos de falar quanto ele recebe. São R$ 80 mil por ano. E este ano ele trouxe um patrocínio de R$ 220 mil, ao contrário do Fino, que quando trabalhava com a gente não trazia nada. Não entendi o que ele está querendo com essas críticas. A gente faz auditoria anual e publica todo ano. Ele tem que procurar, dar uma estudadinha", ressaltou.

Semifinalista em Roland Garros/99 e campeão dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo/03, Meligeni, hoje com 38 anos, também criticou a ajuda financeira que a CBT vem dando a alguns profissionais. Para o veterano, tenistas com bons resultados e bons prêmios acumulados na carreira não deveriam ser beneficiados pelo programa.

"Eu acho que não tem que se dar dinheiro para o Thomaz (Bellucci), para o André (Sá), que é meu irmão, ou Marcos Daniel e Thiago Alves. Tem cara que já ganhou mais de US$ 1 milhão em prêmios. Para quê você vai dar R$ 10 mil por ano? Dá para um moleque de 12 anos.

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