A combinação entre realização pessoal, visibilidade e quebra de recorde da equipe move os 14 judocas da delegação brasileira na busca por pódios, a partir de hoje, em Guadalajara.

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O time veio com força máxima: apesar de ter nove estreantes em Pans, todos já somaram pódios em competições mundiais. Tudo isso para uma competição que não vale pontos no ranking internacional, critério oficial para definir os classificados à Olimpíada.

"Pedi para vir", conta o atual segundo melhor judoca do mundo na categoria meio-médio (até 81 kg), Leandro Guilheiro. "Tenho uma questão a resolver com essa competição", diz o paulista, que perdeu a final no Pan do Rio-2007 e ficou com a prata.

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Com 97 medalhas somadas em 12 edições, o judô do Brasil pode chegar à centésima medalha em Pan-Americanos hoje. A competição começa com lutas em três categorias.

O principal objetivo dos judocas, contudo, continua sendo a vaga para Londres-2012. Esse é o primeiro ciclo olímpico no qual os judocas competem no sistema classificatório da Federação Internacional de Judô (FIJ). Antes as vagas eram distribuídas aos países pela entidade e cabia à Confederação Brasileira de Judô (CBJ) realizar seletivas nacionais para definir a equipe.

"Melhorou muito com o ran­­king. Porque os judocas competem em nível internacional em busca da vaga, o que os faz chegarem mais fortes na Olimpíada", diz Guilheiro, bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008.

Já o medalhista de ouro em Bar­­celona-1992, atualmente técnico e comentarista, Rogério Sampaio, destaca que o ranking veio a calhar para os brasileiros porque passou a valer justamente no momento em que a modalidade começou a receber altos investimentos. "Ao lado de França e Japão, é quem mais tem dinheiro. Não adiantaria ter talentos se eles não têm como viajar para buscar pontuação", pondera.

Se não vale pontos no ranking, o Pan ao menos dá visibilidade ao esporte, mantendo o interesse dos investidores. E o Brasil chega como um dos favoritos, ao lado de Cuba. Há quatro anos, no Rio, ganhou 15 medalhas, sendo cinco de ouro.

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A CBJ recebeu neste ano pelo menos R$ 6,35 milhões, entre patrocínios pela Lei de Incen­­tivo ao Esporte, da Bradesco Previdência (R$ 1,1 milhão), da Cielo (empresa de cobrança eletrônica, R$ 500 mil), Infraero (R$ 1,75 milhão) e o repasse do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), vindo da Lei Piva, que destina 2% da arrecadação das loterias para o esporte nacional (R$ 3 milhões).

"Seria bom se o Pan valesse pontos também. Mas, mesmo sem valer, encaro como um dos principais compromissos do ano, como uma preparação técnica para Londres", diz o peso-pesado (mais de 100 kg) Rafael Silva, o Baby, oitavo do ranking mundial.

Ele é um dos três brasileiros que lutam hoje. Também estarão no tatame Luciano Correa (até 100 kg) e Maria Suelen Altheman (mais de 78 kg). As finais serão a partir das 20 horas.

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