Se os cartolas da CBF cometeram um equívoco ao demitir Mano Menezes no momento em que ele começava a descobrir o caminho das pedras para dar um jeito na seleção brasileira, os cartolas da Fifa também estão derrapando na tentativa de garantir o sucesso da Copa de 2014.

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Depois de apelidar a bola de Brazuca, a Fifa anunciou que o tatu-bola, mascote do Mundial, vai se chamar Fuleco. O nome seria uma união das palavras futebol e ecologia, como se tatu-bola não expressasse tudo: um símbolo genuinamente brasileiro com bola no nome. Menos mal que o pôster em que bolas de futebol formam a árvore araucária – o nosso bom e velho pinheiro – foi eleito o cartaz oficial em Curitiba.

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke – aquele do "chute no traseiro do governo brasileiro para agilizar as obras" –, esteve por aqui, visitou a Arena da Baixada e não foi convocado para depor na pitoresca CPI da Copa no Legislativo estadual.

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Perigoso amadorismo

Primeiro os personagens que estão comandando a seleção: José Maria Marín, Marco Polo Del Nero e Andres Sanchez. Dos três, só o ex-presidente do Corinthians foi testado no dia a dia de um clube e se apresenta como o mais experiente, mesmo porque Marín caiu de paraquedas na presidência da entidade e Del Nero sempre atuou nos bastidores da cartolagem do futebol paulista.

Mano Menezes, que perdeu tempo testando mais de cem jogadores, mostrou-se indeciso na definição do time e do esquema de jogo ideal, poderia ter sido dispensado depois dos fiascos na Copa América e na Olimpíada.

Não agora, quando começou a desenhar a defesa, a ajustar o meio de campo com Paulinho, Kaká e Oscar, indicando que as coisas poderiam funcionar. Dois anos de trabalho foram jogados na lata do lixo graças ao perigoso amadorismo dos atuais mandachuvas da CBF.

Ficaram tão perdidos que Sanchez ameaça renunciar e acenam com o inexperiente Raí como dirigente, além da clara preferência pelo desempregado Felipão como técnico. Pep Guardiola representaria notável oportunidade de renovação, como aconteceu com a extraordinária oxigenação de ideias propiciada no passado pelos gringos Dori Krueschnner, Ondino Vieira, Fleitas Solich, Bela Gutman, Jim Lopes, Filpo Nuñes e outros.

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Mas com a Copa no Brasil seria incompreensível não contar com um técnico nativo no comando da seleção pentacampeã. E o nome óbvio é Felipão, pelo que realizou na Copa de 2002 e em seguida na seleção de Portugal. De negativo, Felipão parece um tanto cansado, intolerante, grosseiro, até mesmo superado em alguns aspectos táticos e isso ficou patenteado em sua tempestuosa passagem pelo Palmeiras.

O novo técnico precisa definir o time e o esquema tático para que os jogadores se adaptem aos papéis que vão interpretar. Não dá mais para improvisar.

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