Marolla defende com Kita (à esquerda) e André (à direita) na espreita| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo
CARREGANDO :)

O empate com o Paraná, no sábado, garantiu ao Atlético o terceiro acesso à Primeira Divisão de sua história. Para um clube que se pretende grande, tal marca não é motivo de orgulho. Pelo contrário, como o repetente que acaba aprovado, não passa de obrigação.

Apesar disso, as jornadas pela Série B sempre rendem boas passagens e, de alguma forma, fortalecem o caráter. Foi o que aconteceu na campanha atleticana de 1990, na primeira vez que o clube ascendeu à Primeira Divisão – o Rubro-Negro já havia frequentado a elite antes, mas classificado por outras vias.

Publicidade

Naquela época, subir pôde ser considerado um feito e tanto. Era ainda aquele Rubro-Negro das "vacas magras", do presidente José Carlos Farinhaque e suas contratações de "baciada". Mas o que faltava de grana, sobrava em disposição.

O jogo que praticamente definiu o acesso aconteceu no dia 5 de dezembro. Uma quarta-feira à noite, no lúgubre Pinheirão, aquele estádio erguido por Onaireves Moura por cima de um cemitério indígena no Tarumã. Vitória por 1 a 0, sobre o Criciúma.

O Atlético contava com jogadores da estirpe do goleiro Toinho – responsável por cometer uma verdadeira barbaridade na final com o Sport, entregando o gol de empate em Curitiba. Integravam também o escrete o lateral Odemílson "Minotauro", o zagueiro Fião, o volante Valdir e os atacantes Carlinhos Sabiá e André, um baixinho bigodudo que anotou gol isolado, de cabeça. Com o triunfo, o Furacão dependia de um empate na última rodada para ascender. Acabou derrotado pelo Operário (2 a 1), mas contou com a ajuda do Tigre, que bateu a Catuense-BA.

O que acontecia na época

>> Em 1990 estreou Os Bons Companheiros (foto), de Martin Scorsese, talvez o melhor filme sobre máfia já produzido (sim, mesmo diante da trilogia O Poderoso Chefão), estrelado por Robert De Niro, Ray Liotta e Joe Pesci, laureado com o Oscar de melhor ator coadjuvante.

Publicidade

>> A Era Collor estava a todo o vapor. Uma vez por semana, pelo menos, o primeiro presidente eleito democraticamente após o Regime Miltar aparecia em situações esdrúxulas, como quando recebeu treinamento de sobrevivência na selva ao lado do ministro Rogério Magri. Era um Zequinha (das balas) líder na nação.