Em meio a frustração brasileira com o baixo desempenho da maioria de nossos atletas e nossas equipes, surgiu a discussão em torno da implantação de uma política efetivamente séria para criar um viés olímpico até 2016, no Rio de Janeiro.

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Que não se espere nada do governo, afinal a tendência é incrementar o assistencialismo em troca de votos; manter o populismo em torno da redução de impostos na venda de carros em vez de baixar o preço dos remédios e dos alimentos, por exemplo, além da lentidão na plena recuperação da infraestrutura do país.

Fica difícil acreditar em projeto olímpico competente em um país atrasado como o nosso, que passou décadas tratando de enxotar os investidores estrangeiros para não ser explorado pelas multinacionais e, pior do que isso, não despertar o interesse delas. O petróleo é nosso, a informática é nossa, a Amazônia também. Quanto tempo perdido em nome de ideologias comprovadamente superadas. Evoluímos, é verdade, mas ainda estamos longe de acompanhar o ritmo de desenvolvimento de emergentes como China e Índia. O ranço nacionalista persiste, lamentavelmente.

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O novo fracasso brasileiro na Olimpíada reflete a ausência de políticas públicas eficientes em praticamente todas as áreas e até mesmo os esportes coletivos, marcadamente profissionais, deixam a desejar em Londres.

E os esportes coletivos são, hoje em dia, dominantes no mundo: futebol, basquete, vôlei, hóquei. Mas, historicamente, isso é bem recente já que os esportes de equipe não existiam entre os gregos. Eles passaram a ser importantes na segunda metade do século 19 e emergiram até o nível atual mais ou menos na época do primeiro campeonato mundial de futebol, em 1930.

Uma das razões para a Fifa organizar as Copas do Mundo foi que, nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928, o futebol era central. Os organizadores da Olimpíada se preocuparam com tanto destaque no surgimento do mito da "Celeste" com os triunfos uruguaios, porque sempre existiu a suspeita, real, de que os jogadores de futebol fossem profissionais, e não amadores como se exigia.

Mas se os esportes mais populares são os coletivos, a ênfase da Olimpíada são as modalidades individuais. O clímax continua sendo as provas de atletismo, de natação e de ginástica. Apesar de existirem competições coletivas nessas atividades, elas estão voltadas para o indivíduo.

Com tropeços nos torneios de equipes ou nas disputas individuais, o desempenho brasileiro está bem abaixo do desejado. Não do esperado, mas do desejado, tendo em vista que ninguém, de sã consciência, podia acreditar em um turbilhão de medalhas diante de investimentos públicos pífios em quadras, pistas, piscinas, etc. com acesso fácil ao povão.

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Sem um programa de massificação, o Brasil continuará bem longe de se tornar uma potência olímpica.