| Foto: Sergio Perez / Reuters
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A seleção feminina de basquete do Brasil perdeu o terceiro jogo consecutivo na Olimpíada, nesta quarta-feira, e agora vai precisar de um "milagre" para se classificar às quartas-de-final, o que era dado como certo pela equipe antes dos Jogos de Pequim.

O Brasil agora terá que derrotar Rússia e Belarus e torcer por uma combinação de resultados para alcançar a vaga entre as quatro primeiras colocadas de sua chave, após ter sido derrotada pela Letônia, por 79 a 78, na terceira rodada.

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Mas o próprio técnico, Paulo Bassul, admite que é "quase impossível a classificação" depois das derrotas para Coréia do Sul, Austrália e agora Letônia, que até o início do segundo quarto do jogo perdia por uma diferença de mais de 10 pontos.

"A gente precisa de um milagre agora, de uma ajuda de Deus. Esse jogo de hoje a gente sabia que podia ganhar, mas infelizmente a gente pecou bastante na defesa e não conseguimos", disse a pivô Êga, visivelmente emocionada, após o time perder por um ponto com uma cesta sofrida nos últimos segundos da partida.

O placar final, de 79 a 78 para o time do leste europeu, ficou indefinido até os 40 segundos finais, em que ambos os times acertaram bolas de três pontos. Mas, faltando 2,7 segundos para o fim, a capitã da Letônia, Anete Zogota, avançou para dentro do garrafão brasileiro, protegido por jogadoras penduradas por faltas, e converteu bandeja que deu a vitória à ex-república soviética.

Adrianinha, no desespero, bem que tentou um tiro de dois pontos no estourar do cronômetro, mas não conseguiu acertar. "É duro depender do último lance nos últimos segundos. Você tem que fazer o jogo durante o jogo", afirmou a armadora brasileira.

O técnico brasileiro admitiu não ter conseguido encontrar uma solução defensiva eficiente diante da pontaria certeira do time da Letônia, que acertou várias bolas de três pontos na segunda metade do jogo. Bassul assumiu a responsabilidade pela provável eliminação ainda na primeira fase da seleção brasileira.

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"Agora temos que arrumar o psicológico. O que vai ser difícil, porque quando você vem a uma Olimpíada pensando que está melhor, é difícil se recuperar de uma situação dessas. É quase impossível, mas vamos fazer a nossa parte com profissionalismo", disse.

"Se é para alguém ser culpado, que culpem a mim," acrescentou Bassul, em entrevista a jornalistas.

ÊGA CESTINHA BRASILEIRA

O Brasil, medalha de prata em Atlanta-1996 e bronze em Sydney-2000, começou o primeiro quatro cometendo muitos erros de finalização, mas a Letônia falhava da mesma forma. Os primeiros pontos que abriram o placar somente aconteceram em lances livres, até que a armadora Claudinha converteu cesta de 3 pontos.

Pouco tempo depois, a equipe brasileira se achou no jogo, com transições rápidas de Adrianinha para o ataque e bandejas certeiras da pivô Êga, que também acertou bolas de três pontos e foi a cestinha do Brasil. O placar chegou a uma diferença de 10 pontos para o Brasil faltando 3 minutos para o final do primeiro quarto.

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Pressionadas pela obrigação de vitória após as derrotas para Coréia do Sul e Austrália, as brasileiras conseguiram manter uma diferença de 10 pontos no início do 2o período, com a Letônia insistindo em bolas de três que não caiam. Até que o Brasil cochilou e cometeu erros de defesa que abriram espaço para o time do leste do europeu converter bandejas.

A diferença inicial do primeiro quarto caiu para cinco pontos quando a pontaria da Letônia melhorou e o aproveitamento do Brasil caiu muito. Ainda assim, o terceiro quarto começou com placar de 37 a 31 para o Brasil.

Com três cestas de três pontos seguidas, pelas mãos de Anete Zogota e Ieva Kublina, a Letônia passou à frente, mas o Brasil conseguiu manter o placar apertado e foi para o último período vencendo por 59 a 57.

No período decisivo, a Letônia empatou e virou com lances em velocidade e aproveitando contra-ataques ocasionados por erros do Brasil. O jogo que tinha começado bem para o Brasil acabou no sufoco aplicado pelo time europeu, que venceu com a cesta no final.