Surpreso, Rafael Sóbis põe Alexandre Pato na reserva

Rafael Sóbis descobriu apenas na preleção do técnico Dunga, um pouco antes do confronto com Camarões, ontem, em Shenyang, que seria titular. A notícia surpreendeu. Ele já estava conformado em ser o reserva de luxo de Alexandre Pato, ex-companheiro de Internacional, com quem divide quarto na concentração da seleção. "Fiquei feliz por saber que ganharia mais uma oportunidade. Sempre me senti preparado", resumiu o gaúcho, autor do gol que abriu caminho para a classificação do Brasil às semifinais, contra a Argentina.

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Shenyang - Esqueça batucada, coreografias e gritos de incentivo. Na China, assistir a um jogo de futebol é o equivalente a ir a uma apresentação de ópera no Brasil.

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Por não estarem habituados a acompanhar com freqüência o esporte mais popular do planeta, os orientais se perdem quando vão para a arquibancada. Permanecem sentados os 90 minutos, sem esboçar muita emoção. De vez em quando, isolados coros de "óooooooo" quebram a monotonia. O problema é que os chineses usam a locução para qualquer jogada que julguem interessante, como no lance em que o paranaense Rafinha tentou dar uma bicicleta toda sem jeito na intermediária de defesa da seleção. O que seria motivo para deboche em qualquer estádio brasileiro, ganha aplausos em Shenyang.

Apesar da inocência típica de quem está descobrindo o esporte agora, na China ninguém gosta de ser enganado. Eles sabem que o time de Dunga pode render bem mais do que vem produzindo nesta Olimpíada. E que Ronaldinho, o único jogador do atual elenco que eles conhecem o nome, já não é mais o mesmo há algum tempo.

Por isso aprenderam a vaiar. Os protestos foram usados ao menos cinco vezes contra a seleção ontem. A irritação fez com que até aqueles mais apaixonados pelo time pentacampeão do mundo virassem a casaca, preferindo apoiar a dedicação de Camarões. Afinal, por mais pacientes que sejam, até os orientais sabem que tudo tem limite. A sorte de Dunga é que eles ainda não aprenderam o coro de "burro".