Lionel Messi fala com Ronaldinho apos derrota do Brasil para a Argentina por 3 x 0| Foto: DANIEL AGUILAR/GAZETA DO POVO
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A seleção masculina de futebol vinha sendo foco das atenções na Vila Olímpica desde que chegou a Pequim, no domingo. Mas depois da acachapante derrota por 3 x 0 para a Argentina, o brilho que ela emitia ao restante da delegação brasileira ficou mais opaco.

Nesta quarta-feira, atletas da delegação do país comentaram que os antes animados jogadores da seleção de futebol, que até pouco tempo se confraternizavam com outros atletas, posavam para fotos e davam autógrafos, viraram aparições raras. No meio da manhã, viajaram para Xangai, onde enfrentarão a Bélgica pela medalha de bronze.

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O triplista Jefferson Sabino disse à Reuters que os jogadores de futebol do Brasil sempre andavam em grupo pela Vila, mas depois da vitória da Argentina, que tirou as chances do país de conquistar a medalha de ouro olímpica inédita, se mostraram abatidos.

"Eles ficaram meio sumidos, meio quietos, cabisbaixos", disse Sabino, evitando citar nomes de jogadores.

Outro que notou uma mudança no humor da seleção de futebol foi Márcio Latuf, integrante da comissão técnica da natação brasileira. Segundo ele, antes do fatídico jogo com a Argentina os jogadores de futebol estavam animados e brincalhões.

"Mas hoje de manhã eu cruzei com o Anderson (meia) no alojamento e ele estava meio cabisbaixo, mal me cumprimentou", disse Latuf.

Para o boxeador Washington Silva, que na véspera perdeu a chance de brigar por medalha de bronze, "é óbvio que eles estão meio chateados; ninguém gosta de perder".

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O pugilista, que foi derrotado por 8 a 0 pelo irlandês Kenny Egan na noite de terça-feira, deu um exemplo da situação vivida pela seleção de futebol. "Estou satisfeito de ter chegado até onde cheguei, mas o atleta sempre sonha em vencer. Se eu lhe dissesse que agora estou de cabeça erguida, estaria mentindo."

Se para o colega de equipe de Silva, o mosca-ligeiro Paulo Carvalho, ter conseguido chegar ao bronze já seria uma realização, para os boleiros da seleção o terceiro lugar tem um sabor amargo pela cobrança que a equipe sofre no Brasil.

"Bronze para nós do boxe já estaria ótimo, mas para eles bronze não serve. No Brasil, as pessoas só querem saber de ouro", disse Carvalho.

Do outro lado da cerca, para os argentinos a vitória sobre o Brasil foi um alívio, e eles até entendem o sumiço da seleção brasileira.

"É normal depois que se perde. Se nós tivéssemos perdido, pode apostar que nossa seleção teria feito o mesmo", disse Germán Lauro, da equipe argentina de arremesso do peso.

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