Foram quatro anos de idas e vindas para a paranaense Ágatha Bernaczuk. O ciclo olímpico da atleta de vôlei de praia nascida em Curitiba e criada em Paranaguá, percorreu 39 cidades, 19 países e 57 torneios.
Depois de uma interrupção forçada na parceria com a carioca Bárbara Seixas, a dupla foi refeita há dois anos. Retornou revigorada, fato comprovado com o título mundial alcançado na Holanda, além de outros 19 pódios no Circuito desde então.
O CAMINHO de Ágatha até o Rio. Confira
A dupla está a apenas um jogo da final da Rio-2016. No fim da noite desta terça-feira, encaram as norte-americanas Walsh e Ross.
“As pessoas que estão de fora muitas vezes não veem os percalços até aqui”, conta o técnico Rico de Freitas, que trabalha com Ágatha desde que a atleta desembarcou no Rio para jogar com Sandra Pires, 11 anos atrás.
INFO: Conheça mais sobre o vôlei
“O fato de viajar tanto traz não só desgaste físico, mas mental. É uma competição atrás da outra, longe da família, menos tempo para treinar na academia, o que as deixa mais sujeitas a lesões. Temos de tomar cuidado o tempo todo. É um jogo de xadrez”, enfatiza Freitas, que também é o responsável por toda a logística dos deslocamentos. Comprar passagens, reservar hotel, é tudo com ele.
BOA SORTE: Ágatha recebe carta da mãe antes da estreia olímpica
Se Ágatha e Bárbara ficam longe dos familiares, pelo menos estão ao lado dos maridos. Enquanto Renan Rippel, preparador físico da dupla, é casado com a curitibana, Rico é esposo da carioca. Mas se engana quem pensa que a vida em casal é rotineira na maratona de viagens.
“Durante as competições nós pouco convivemos. Elas ficam no quarto delas e nós no nosso. E vamos tocando a vida profissionalmente”, revela o treinador. “Nas folgas, voleibol é assunto proibido”, emenda.
Entre o fim de 2012 e o início de 2013, contudo, Ágatha e Bárbara encararam uma proibição bem diferente. Na época, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) adotava um sistema individual para convocar as atletas. Os técnicos da seleção, então, colocaram a paranaense para jogar com Maria Elisa e Bárbara virou parceira de Lili durante a temporada internacional.
‘Mães olímpicas’: a doce rotina de ser fã, técnica e psicóloga
Quando o sistema de rodízio foi revisto, Ágatha e Bárbara voltaram a trabalhar juntas e chegaram aos melhores resultados de suas carreiras. Agora, o pensamento é na Olimpíada. Falar sobre medalhas, só no dia 17 de agosto, data da grande decisão.
“Cronologicamente estamos fazendo tudo como planejamos desde que o trabalho retomou. Vamos fazer as coisas de maneira preparada para deitar a cabeça no travesseiro no dia 5 [véspera da estreia] e ter a certeza que fizemos o melhor possível”, diz o técnico.
Saiba mais sobre o vôlei na Olimpíada: