Atualizado em 13/03/2006, às 19h45
O presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Onaireves Moura, foi preso na manhã desta segunda-feira. Cumprindo determinação da juíza federal Silvia Regina Salau Brollo, da 1. Vara Criminal de Ponta Grossa, região dos Campos Gerais, a Justiça Federal expediu o pedido de prisão preventiva do dirigente. Os crimes atribuídos a Moura são os de falsidade ideológica (oito acusações), sonegação fiscal e formação de quadrilha.
Moura é sócio majoritário de uma Casa de Bingo na cidade, ao lado de Elilton Dias Coradassi e Airton José Dias Coradassi, Bento de Oliveira Bueno, Renato Assis Rolim de Moura e Jair Leite. Todos foram denunciados pelo MPF em fevereiro deste ano e o processo corre desde então. Segundo as investigações, entre 1999 e 2004, as empresas Sport House Franquias Ltda e Bingo Campos Gerais Ltda foram abertas em nome de "laranjas" para explorar o jogo na cidade.
O advogado de Moura, Vinícius Gasperim, afirmou que vai pedir a reconsideração de prisão preventiva nesta terça-feira. "Não é o momento de pedir um hebeas-corpus. Já estamos analisando todo o processo para pedir a revisão para a mesma juíza que assinou a prisão preventiva", disse.
Em fevereiro outro advogado já tinha feito uma defesa para o processo fiscal que antecedeu o criminal. "Estamos levantando todos os documentos necessários para provar que Moura já não tinha participação nas empresas quando houve a sonegação", afirmou Gasperim.
De acordo com os cálculos preliminares do MP, as empresas e seus responsáveis sonegaram um total de R$ 3.289.800,70 em tributos federais. Moura está preso e à disposição da Justiça na cela da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Um dos vice-presidentes da FPF, Jorge Dib Sobrinho, assinou a definição dos jogos da próxima rodada como presidente em exercício. A assessoria de imprensa da Federação não quis falar sobre o assunto, já que o processo não teria relação alguma com a entidade.
Histórico com a Justiça
Em 1998, Moura foi destituído do cargo de presidente da FPF por estar devendo o IPTU da sede da instituição. Foi afastado do cargo e um interventor assumiu a federação.
Em junho de 2000, a Justiça Federal de Curitiba decretou a prisão de Moura por crime de sonegação fiscal. Durante anos, o presidente teria deixado de recolher taxas referentes aos jogos de futebol que iriam para o INSS. Um mês depois conseguiu um habeas-corpus.
Como Deputado Federal, Moura foi cassado em 1993 por falta de decoro parlamentar e foi acusado de compra de deputados.
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