Se chapa CapGigante vencer, tudo indica que chances de Morro García seguir no Atlético são poucas| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo
Cid Campêlo Filho e Antônio Carlos Bettega na entrevista coletiva desta terça: oposição entrou na Justiça para obter informações da contratação do atacante uruguaio
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Morro García já sabe qual deve ser seu destino caso a oposição vença as eleições no Atlético na próxima quinta-feira (15): o adeus. O candidato à presidência do Conselho Deliberativo, Antônio Carlos Bettega, declarou que se a da chapa CAPGigante, liderada por Mário Celso Petraglia, vencer o pleito, a intenção é de se desfazer da maior contratação já realizada pelo futebol paranaense, caso sejam constatadas irregularidades na contratação.

Bettega e o advogado José Cid Campêlo Filho, candidato a 1º vice-presidente da chapa, concederam entrevista coletiva na tarde desta segunda em um hotel em Curitiba, onde anunciaram terem recorrido à Justiça para solicitar esclarecimentos sobre a contratação do uruguaio. Os dois entraram com uma interpelação judicial na Vara Cível do Foro Central de Curitiba.

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"Queremos desvendar, abrir a caixa onde está escondida essa negociação, muito contestada desde o início. A intenção é criarmos todo o convencimento para tentar desfazer esse negócio extremamente nocivo ao Atlético. Se houver possibilidades jurídicas, iremos até as últimas consequências", declarou Bettega.

A oposição questionou o fato de os números nunca terem aparecido por completo na imprensa e também a posição do clube em relação ao doping do atacante quando ainda atuava pelo Nacional de Montevidéu. Há cerca de dois meses, exames laboratoriais do atacante deram positivo para cocaína, o que o jogador nega.

"Ele não foi devolvido e não houve redução de direitos federativos e de imagem. Achamos que houve prejuízo ao clube", disse José Cid Campêlo Filho.

Sem apresentar provas – segundo o advogado elas estariam anexadas ao processo, que nesta terça-feira será distribuído entre uma das 23 Varas Cíveis de Curitiba – foram divulgados valores envolvendo a vinda de Morro Garcia para o Furação. Segundo a oposição, o total chegaria R$ 16.127.580 milhões.

Neste valor estaria incluída a comissão de US$ 1,8 milhão (R$ 3.312 mi) supostamente paga pelo clube ao ex-jogador uruguaio e empresário Daniel Fonseca Garis, intermediador do negócio.

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"Todos os outros valores estão registrados. Com relação à comissão, só temos um papel sem assinatura. Queremos que o clube esclareça isso. Existe uma suspeita e até agora quem menos recebeu foi o Morro. O empresário ganhou, o clube [Nacional] ganhou", disse Campêlo.

A diferença de quase R$ 10 milhões entre os valores propalados pela oposição e os R$ 7 milhões (pelos direitos econômicos e federativos) anunciado pela diretoria do Atlético ao contratar o atleta se refere – além da comissão – também ao cálculo dos rendimentos totais que seriam pagos a Morro García nos cinco anos de contrato. Pelos salários, US$ 650 mil (cerca de R$ 1,196 milhão), mais R$ US$ 2,080 milhões em direitos de imagem (R$ 3,827 milhões). Total de R$ 5,032 milhões por cinco temporadas.

"Não é praxe anunciar todo o montante. Mas pode ser. E também estamos, não podemos negar, em um processo eleitoral", reconheceu Campêlo.

O presidente Marcos Malucelli admitiu que os valores podem chegar a R$ 16 milhões, mas criticou a manobra oposicionista com a divulgações do somatório de valores.

"Esse é um jogador para ser valorizado e vendido. Dificilmente ficaria todo esse tempo no clube. Mas ninguém anuncia uma contratação com os valores a pagar", afirmou.

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O mandatário rubro-negro preferiu deixar todas as explicações sobre o caso para uma entrevista coletiva para terça-feira.

Artilheiro do Campeonato Uruguaio, com 22 gols, Morro marcou apenas duas vezes em 13 jogos pelo Rubro-Negro, desde que chegou em junho. Ambas as vezes foram na vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo no primeiro turno do Brasileirão