Torcedores do Coritiba usaram a internet para combinar a invasão de campo no Estádio Couto Pereira, no domingo, segundo a Polícia Civil do Paraná. Dezoito pessoas ficaram feridas em confronto após a partida com o Fluminense, que marcou o rebaixamento da equipe para a Série B.
De acordo com as investigações da polícia, o site de relacionamentos Orkut foi um dos espaços virtuais usados por torcedores para fazer ameaças e anunciar, por integrantes da organizada Império Alviverde, que o gramado seria invadido.
As mensagens foram anexadas ao inquérito policial aberto para investigar o tumulto. Duas pessoas já foram presas e cerca de 30 prestaram depoimento.
Em uma das mensagens, um torcedor do Coritiba anuncia que uma facção da Império Alviverde tinha 200 integrantes para "cair na pista", ou seja, entrar no campo, de acordo com a interpretação da polícia. O número de torcedores citado na mensagem corresponde à metade dos que entraram no campo para brigar, segundo estimativa da Polícia Militar.
Em outra mensagem no Orkut, um torcedor diz ter tido "orgulho" da invasão do gramado e publica ataques à diretoria do clube. Fala que a torcida mostrou que "ama o Coxa, mas não tolera desacato". "Orgulho da torcida quando invadiu o campo", diz a mensagem também publicada na internet.
O delegado titular do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) Miguel Stadler afirmou que, pela troca de mensagens e depoimentos reunidos até agora, já é possível sustentar que houve premeditação para invadir o campo. Stadler disse que a tarefa agora é identificar, por meio de fotos e imagens, por qual crime que cada um dos cerca de 30 torcedores já identificados no tumulto deverá responder. Os dois que já estão presos foram indiciados por tentativa de homicídios. Eles são suspeitos de arremessar barras de ferro e bancos contra policiais que tentavam conter a invasão de campo após o empate por 1 a 1.
A polícia também trabalha para indiciar torcedores pelos crimes de dano qualificado, dano ao patrimônio, lesão corporal grave e ameaça.