Cinco meses após ter sido contratado para livrar o Atlético da crise que vivia no Estadual, o técnico Milton Medes deixa o clube 34 partidas, 16 vitórias, cinco empates e 13 derrotas depois, ostentando aproveitamento de 51,9% dos pontos. A trajetória do treinador no Furacão, no entanto, poderia ter sido diferente. Confira os sete pecados capitais que aos poucos minaram Mendes em seu período na Baixada.

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ENQUETE: Diante do mau momento, o Atlético corre risco na Sul-Americana?

1 – Vaidade

 
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A série de cinco partidas sem vencer na Série A e o fato de a equipe vir de derrota no Atletiba não intimidaram Milton Mendes antes do duelo com a Ponte Preta, domingo (27). Mesmo pressionado no cargo pela diretoria, o treinador não hesitou em tirar selfies com os torcedores presentes na Baixada. Talvez fosse o momento de adotar postura mais séria e concentrada. A atuação do time diante da Macaca, por sinal, esteve longe de inspirar sorrisos nas arquibancadas. Preocupação com o figurino também foi uma marca do técnico.

2 – Ira

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A derrota incontestável para o rival Coritiba foi seguida de cobranças da diretoria sobre Milton Mendes ainda nos vestiários do Couto Pereira. Após o episódio, Mendes disse ser do Atlético “até quando eles quiserem”. A repercussão que a cobrança nos vestiários ganhou na imprensa nos dias seguintes, porém, tirou o técnico do sério. A boa relação com alguns dos repórteres que cobrem o clube ruiu. Mendes chegou a ligar irritado para “cobrar” alguns profissionais de imprensa.

3 – Luxúria

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O time estava embalado e era uma das sensações do primeiro turno do Brasileirão. Vinha de três vitórias seguidas, a última delas fora de casa diante do Palmeiras, e estava na quinta colocação. Foi o suficiente para Mendes cravar: “Sonho em ser o técnico da seleção brasileira”. O embalo do momento insuflou o orgulho de Mendes e fez com que o técnico, contratado em abril sob desconfiança da torcida, deixasse de lado a autocrítica. Cinco meses depois foi demitido.

4 – Preguiça

Milton Mendes foi contratado pelo Atlético em abril.
Meses depois, já é chamado de ‘pai’ pelo atacante Walter.
E também caiu nos gostos da torcida.
Sempre de terno, ele tem conquistado bons resultados nessa temporada.
Mendes aparece ainda em eventos do Atlético.
Midiático, Mendes faz gesto da principal organizada atleticana.
Capitão Weverton disse que é fã do treinador.
O treinador sempre comemora com os jogadores nas vitórias.
O treinador ganhou a confiança do grupo ao não pedir reforços quando chegou.
Mas também cobra quando tem de cobrar.

Mesmo pressionado após a derrota no Atletiba, Mendes optou por descansar o elenco na semana que antecedeu a derradeira derrota do técnico diante da Ponte Preta, na Baixada, no domingo (27). Dessa forma, o técnico montou o time que perdeu para a Macaca apenas no sábado (26), véspera do duelo. A justificativa foi de que a sequência de jogos desgastou o elenco, que precisava de repouso. Por mais que esse fosse o caso, o momento delicado na competição exigia trabalho.

5 – Gula

Reforçado por atletas como Walter e o zagueiro chileno Vilches, o elenco do Atlético no Brasileirão pouco mudou em relação ao time limitado que teve de disputar o Torneio da Morte no Estadual. Não satisfeito com o bom início no Nacional, Mendes acreditou que poderia fazer um rodízio no elenco, aos moldes europeus, de maneira a priorizar também a Sul-americana. O tiro saiu pela culatra. Além de entrar em queda livre na Série A, o time ainda sofreu para vencer o Brasília, na primeira partida das oitavas de final da disputa continental.

6 – Ganância

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Talvez uma das únicas “virtudes” de Milton Mendes. Mesmo assim, no final, o técnico pagou caro por ela. Ignorando o péssimo início de ano do Atlético, que já havia demitido Claudinei Oliveira e Enderson Moreira, Mendes não hesitou em cravar na sua chegada à Baixada: “Vou ficar dez anos seguidos neste clube”. Demasiadamente otimista, a convicção foi firmada sobre uma possibilidade, o que representa o próprio símbolo da avareza.

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7 – Inveja

Sonhou demais com aquilo que apenas outros elencos mais fortes da Série A poderiam almejar: uma campanha estável do início ao fim e uma vaga entre os primeiros colocados. Ao ignorar o cenário mais realista das próprias possibilidades, acreditou ter o status de adversários mais poderosos.