O candidato Ratinho Junior no Sindicato dos Hotéis de Curitiba nesta quarta-feira (24)| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Para candidato, tática dos adversários funcionou

O candidato do PSC à prefeitura de Curitiba, Ratinho Junior, avalia que a estratégia usada por adversários para descontruir sua imagem funcionou. Segundo ele, a tática de usar sua idade, sua origem social seu apelido foi iniciada por pela campanha de Ducci e assimilada por Gustavo Fruet (PDT) ainda no 1º turno.

"Eles começaram jogando uma sensação de insegurança para a população em relação à minha idade, minha juventude. A campanha do Gustavo teve a habilidade de manter isso no ar no 2º turno", reconheceu.

Ele avalia que teria faltado habilidade em sua equipe para rebater as investidas. "Nós fomos muito cautelosos para não entrar neste tipo de disputa política, erramos. Demoramos para reagir. Temos que usar estes três últimos dias para tentar de alguma maneira reverter este quadro", disse. "O que ficou é o Gustavo posando de bom moço, quando no fundo ele tem desde o primeiro turno fazendo críticas à minha pessoa. Não tiro o mérito do marqueteiro dele nesta estratégia de colocar pessoas e personagens, como o anão, falando mal de mim. Isto desgastou a minha imagem e passou uma sensação ruim para a população", reconhece.

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A menos de três dias das eleições, o candidato a prefeito de Curitiba Ratinho Junior (PSC) admitiu nesta quinta-feira (25) que errou a estratégia na disputa do segundo turno das eleições. Em encontro na sede do Sindicato dos Hotéis e Similares de Curitiba, Ratinho disse que sua campanha pode ter perdido o voto do eleitor curitibano conservador ao enfatizar a ideia de "mudança".

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"Talvez a gente tenha deixado escapar que os eleitores do [prefeito Luciano] Ducci (PSB) migraram todos muito rápido para o Gustavo Fruet (PDT). Há uma identificação dele com este eleitor, pois ele fazia parte deste grupo político. O eleitor do Ducci acabou vendo nele [Fruet], sua segunda opção", avalia.

Nos últimos dias a campanha do candidato disse que pretende" fazer uma defesa territorial", apostando que seus eleitores cativos consigam mais votos (ou pelo menos não os percam para próximas disputas). Assim, a campanha do PSC vai continuar focando nas pessoas mais humildes dos bairros da região sul. "Resolvemos focar nos locais em que o eleitor mais se identifica com a gente. O eleitor mais popular, dos bairros, aquele que gosta mais de mim e me vê como alguém que vai trazer mudança para a vida deles", disse.

Questionado se estes eleitores já não estariam "ganhos" e portanto a estratégia não deveria ser outra – focada nos eleitores da região central, Ratinho Junior disse estar tentado conquistar ex-eleitores de Ducci, que votaram no prefeito pelo trabalho social da administração nos últimos oito anos. "Estes eleitores ainda estão soltos e podem ser atraídos ainda", avalia. "Com o público da região central você fala mais com as propostas, com a televisão e as mídias sociais. É diferente do contato que você tem nos bairros, em que as pessoas querem te pegar, te abraçar, tirar fotos".

Perguntado se teria uma "bala de prata" guardada para o último debate da campanha, Ratinho Junior negou. "Não tenho. Poderia ter sido maldoso com o Gustavo , mas não vou fazer isso. Quero trabalhar até o final e terminar bem a minha campanha".

Preconceito

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Para o candidato, o adversário mais difícil de ser enfrentado foi o preconceito de uma parcela do eleitorado. "São vários questões. Preconceito contra a minha idade, contra a minha origem por eu não ser de uma família tradicional. Uma série de coisas que eu tenho que saber conviver e a cada dia tentar vencer estas barreiras. É algo que não se faz em cinco dias", disse.

O apelido também teria prejudicado. Segundo Ratinho, pesquisas qualitativas feitas pela campanha apontaram que eleitores das classes A e B teriam achado que ele foi melhor no debates, mas não votariam nele por causa do apelido. Apesar disso, ele disse que não pretende mudar seu nome político. "Uma boa parcela da população acha que não há problema. Temos que saber conviver com esta diferença".

Pesquisa Datafolha

Ratinho Junior também comentou o resultado da pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira (24).

O candidato Gustavo Fruet (PDT) continua com 52% das intenções de voto, e Ratinho Junior (PSC) perdeu apenas um ponto, sendo citado por 35% dos eleitores entrevistados.

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"A gente trabalha para estar bem. Apesar de que os nosso 35% são um número respeitável e a gente vai trabalhar até o final. Temos que contar que as pesquisas no 1º turno não acertaram todos os resultados. Temos que confiar que agora [a pesquisa] também não está atendendo a resposta da população. Temos pesquisas internas que mostram uma diferença menor. Agora é continuar a trabalhar até o final para reverter este quadro", afirmou o candidato do PSC.

A margem de erro da pesquisa é de três pontos porcentuais para mais ou para menos. Foram ouvidos 1.185 eleitores curitibanos com 16 anos ou mais, nos dias 23 e 24 de outubro. A sondagem no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná está registrada sob o número 00704/2012.