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A dois dias do fim dos Jogos Pan-Americanos de Guadalaraja, o Brasil perdeu na sexta-feira (28), pela primeira vez desde o início da competição, o segundo lugar no quadro geral de medalhas. Com 45 medalhas de ouro, o país foi ultrapassado por Cuba, que chegou a 52 ouros. Na quinta-feira (27), os brasileiros tinham duas medalhas douradas de vantagem sobre os cubanos.

Na somatória de medalhas, porém, a delegação brasileira ainda segue à frente de Cuba – são 128 medalhas contra 124 dos caribenhos. Os Estados Unidos mantêm a liderança dos Jogos com 86 ouros e 220 medalhas no total.

Repetindo a quinta-feira, atletismo e judô, com duas medalhas de ouro cada, foram os esportes que mais se destacaram na sexta. A ginástica artística, novamente com Diego Hypólito, também comemorou um primeiro lugar – desta vez no salto sobre a mesa. Lucélia Ribeiro, do caratê, conquistou o outro ouro brasileiro.

A grande decepção do dia foi o basquete masculino, que perdeu para a República Dominicana após ter aberto grande margem de pontos. Com duas derrotas na primeira fase, o time de Rúben Magnano foi eliminado do torneio pan-americano. Por outro lado, a equipe de vôlei passou pela Argentina e garantiu vaga na decisão.

Revezamentos de ouro

O revezamento 4x100 rendeu duas medalhas douradas para o Brasil. A dobradinha começou com o time feminino formado por Ana Claudia Lemos, Rosangela Santos, Vanda Gomes e Franciele Krasucki. Com o tempo de 42s85, as brasileiras abriram boa vantagem na ponta e deixaram Estados Unidos e Colômbia para trás.

Os homens também dominaram a prova e levaram o tetracampeonato pan-americano. De quebra, a equipe igualou o recorde da competição (38s18), que já pertencia ao Brasil.

A partir da segunda passagem de bastão, o quarteto formado por Ailson Feitosa, Sandro Viana, Nilson André e Bruno Lins de Barros não foi mais ameaçado por São Cristovão e Neves e Estados Unidos, segundo e terceiro colocados, respectivamente.

Das outras quatro medalhas conquistadas pelo atletismo brasileiro, a prata de Kleberson Davide, nos 800 metros, teve o gosto mais amargo.

Davide liderou a prova por quase todo o percurso, mas cansou no fim. Mesmo assim, o cubano Andy Gonzalez, que o ultrapassou nas duas últimas passadas, venceu por uma diferença de apenas 17 centésimos de segundo. Lutimar Paes, o outro brasileiro na prova, foi o sexto colocado.

Nos 3.000 metros com obstáculos, Sabine Heitling também deu a impressão de que poderia ter ido além do terceiro lugar. Ela liderou a maior parte da prova, mas cansou e foi ultrapassada pela americana Sara Hall e pela colombiana Angela Figueroa.

Já com Hudson de Souza, também nos 3.000 metros com obstáculos, aconteceu o contrário. O fundista entrou na última volta na sétima colocação, mas ultrapassou cinco adversários, garantindo assim a medalha de prata, com o tempo de os 8min48s75. O venezuelano José Peña, vencedor da prova, foi somente 56 centésimos mais rápido do que o brasileiro.

A prata no revezamento 4x400 feminino completou as medalhas do dia no atletismo. A equipe formada por Joelma Sousa, Geisa Coutinho, Barbara Oliveira e Jailma Lima foi superada apenas por Cuba. O bronze ficou com a Colômbia.

Judô sobe quatro vezes ao pódio

Com duas medalhas de ouro conquistadas na sexta, o judô brasileiro igualou seu melhor desempenho de primeiro lugares em uma única edição do evento (cinco ao todo).

Na categoria leve (até 73kg), Bruno Mendonça conseguiu um ippon sobre o argentino Alejando Clara em apenas 17 segundos e ficou com o primeiro lugar. "Quem vê de fora pode parecer que é fácil, mas só que está lá dentro sabe como o trabalho é árduo. Mas quem quer, consegue e chega lá", afirmou Mendonça.

Antes dele, Leandro Cunha também chegou ao ouro, com vitória sobre o americano Kenneth Hashimoto na categoria meio-leve (até 66 kg).

"Esses jogos estavam na minha meta e graças a Deus consegui cumprir. Este ano está sendo maravilhoso, tenho agora de pensar nas Olimpíadas do ano que vem", falou Cunha.

As judocas brasileiras, por outro lado, não levaram tanta sorte. Rafaela Silva perdeu na final para a cubana Yurisleidys Lupetey e ficou com a medalha de prata. Com apenas 19 anos, Rafaela, que é vice-campeão mundial da categoria leve (até 57 kg), chorou muito após a derrota. Katherine Campos, por sua vez, perdeu a disputa pelo bronze na categoria meio-leve (até 63 kg) para a canadense Stéfanie Tremblay.

Diego Hypólito leva o terceiro ouro

Após garantir, na quinta-feira, o bicampeonato na modalidade solo, Diego Hypólito voltou ao lugar mais alto do pódio e chegou à sua terceira medalha de ouro no Pan. Com a nota de 15.875, o brasileiro foi imbatível no salto sobre a mesa.

"Estou muito contente de trazer o ouro para o Brasil. Fui o primeiro a competir como o ouro no Mundial no solo. O trabalho está totalmente cumprido e espero evoluir este salto para a Olimpíada", afirmou o ginasta.

Daniele Hypólito, irmã mais velha de Diego, também comemorou. Em duas provas diferentes (trave de equilíbrio e solo) a carioca foi terceira colocada e assim garantiu duas medalhas de bronze.

Caratê é tetra

Lucélia Ribeiro fez história no Pan. A carateca conquistou pela quarta vez seguida o primeiro lugar no torneio – ela compete na categoria até 68 kg – ao derrotar, na decisão dos juízes, a mexicana Yadira Lira. Lucélia é a brasileira com maior número de ouros na história dos Jogos.

Douglas Brose, marido da carateca, comemorou a medalha de bronze no torneio, mesmo resultado de Jessica Cândido, que também garantiu a terceira colocação para Brasil.

Canoagem leva prata; polo aquático e esgrima conseguem bronze

O segundo lugar conquistado pela canoagem (categoria C2 1000m) marcou a primeira vez que o Brasil foi superado por Cuba no quadro de medalhas dos Jogos. Os cubanos Karel Aguilar e Seguey Torres cravaram 3min39s280, enquanto a dupla Erlon Silva e Ronilson de Oliveira fez 3min40s482.

Na esgrima, o time formado por Fernando Scavasin, Guilherme Toldo e Heitor Shimbo derrotou o México na decisão de terceiro lugar do florete. Já no polo aquático feminino, o Brasil derrotou Cuba por 9 a 8 e repetiu o bronze de Santo Domingo – no Rio, em 2007, a equipe ficou fora do pódio.

Vôlei está na final; basquete decepciona

Mesmo sem jogar tudo o que pode, a equipe brasileira de vôlei fez seu papel, derrotou a Argentina por 3 sets a 1, e se garantiu na decisão do Pan, marcada para este sábado (29). O adversário na final será Cuba.

O levantador Bruninho – que ao lado de Gustavo é a principal estrela do time B nacional – admitiu que precisa melhorar para a disputa da medalha de ouro.

"Jogamos bem abaixo do que sabemos que podemos. Sabíamos que ia ser um jogo difícil, com eles explorando bem o bloqueio, indo bem na defesa. [Os erros] têm de servir como lição", avaliou o jogador, que quer repetir título conquistado no Rio, em 2007.

Ao contrário do voleibol, o basquete verde e amarelo não tem o que comemorar no Pan. A derrota para República Dominicana por 85 a 77 eliminou o país da competição.

O fiasco foi enorme, já que o time comandado pelo argentino Rubén Magnano vencia a partida com vantagem de 22 pontos no terceiro quarto, cenário similar ao que aconteceu no duelo diante dos Estados Unidos. Assim, ao invés de lutar pelo tetracampeonato do torneio, o Brasil só entrará em quadra neste sábado para a disputa de quinto e sexto lugar.

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