Giovani Gongra, dono da construtora que leva o seu nome| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Durante 16 anos o empresário Giovani Gongra, dono da Gongra Construções Civis, investiu apenas na construção de sobrados em Curitiba. Agora ele está concluindo seu primeiro prédio, no bairro Hugo Lange, e se prepara para o lançamento de mais três empreendimentos verticais em 2014, sendo um com 16 andares no Alto da XV e dois com dez andares no Tarumã. Ele não abandonou a vocação anterior, mas o aumento no preço dos terrenos fez com que, há três anos, buscasse a diversificação. "Onde comporta prédio e sobrado, faço prédio. Onde só dá para construir sobrado, faço sobrado", explica.

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Os ventos já foram melhores para os sobrados, indica a pesquisa Perfil Imobiliário 2013. Os imóveis de dois ou três pavimentos, erguidos principalmente nos bairros Alto Boqueirão, Boqueirão, Guabirotuba, Jardim das Américas, Sítio Cercado e Uberaba, tiveram uma das melhores valorizações de janeiro a setembro – 11%, em média, na comparação com igual período do exercício anterior – mas o número de alvarás para esse tipo de imóvel está em queda nos últimos anos. Em 2005, por exemplo, foram liberados 3.028 alvarás naqueles bairros. Em 2012, foram 1.539 e, de janeiro a setembro de 2013, eles somaram 1.654, mas somente 911 unidades foram concluídas no período.

"A tendência é diminuir mais o número de alvarás", diz Ilso Gonçalves, dono da JBA Imóveis, um dos que mais vendem sobrados na capital. Segundo ele, os preços dos terrenos subiram mais que os das construções e, para enfrentar o problema, Gonçalves tem sugerido aos empresários que comprem áreas em regiões mais distantes, como Pinheirinho e Santa Cândida, ou que façam permutas com proprietários de lotes. "A permuta tem funcionado, mas é um processo mais lento", conta. Por isso, o estoque tende a ficar menor. Outra alternativa, explica Gonçalves, é investir em municípios da região metropolitana, como São José dos Pinhais e Fazenda Rio Grande.

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Josué Pedro de Souza, dono da Josué Souza Imóveis, também especialista em venda de sobrados, comenta que há bons lançamentos na área, mas admite que "o mercado tirou o pé" do acelerador em 2013. "Alguns construtores foram para o vertical, mas o preço do terreno começa a se acomodar e pode haver retorno", prevê ele, que atua na intermediação dos negócios.

Além de Gongra, outro construtor que passou a investir em prédios foi Denner Gomes Fonseca, da Unik Construtora. "Continuo no ramo de sobrados, mas com dificuldade para pagar o que se pede", conta. Ele está começando a construção de um edifício com 14 pavimentos e 102 apartamentos em São José dos Pinhais. Também estuda erguer um prédio no Prado Velho, em Curitiba. "Em 2013, finalizamos os sobrados que lançamos em 2012 e não começamos nada novo."

Para explicar a estratégia de diversificar a atuação, Gongra cita o empreendimento que está concluindo no Hugo Lange. Lá ele colocaria 18 sobrados, mas o mesmo terreno terá 58 apartamentos. E os preços de venda, segundo ele, seriam semelhantes. O número maior de unidades viabilizou a compra do terreno.