Soldado israelense mostra túnel usado por extremistas| Foto: Jack Guez/Efe

Artérias

Os túneis começaram a ser construídos há décadas, mas tinham como objetivo primordial o contrabando de armas. O negócio se expandiu e, entre 2007 e 2010, mais de 1,5 mil túneis movimentavam US$ 800 milhões e empregavam 7 mil pessoas.

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"Gaza de baixo", "cidade subterrânea", "metrô de Gaza". É assim que o emaranhado de túneis subterrâneos escavados pelo Hamas e por outros grupos islâmicos da Faixa de Gaza é chamado pelos israelenses, que, ao que tudo indica, se espantaram com o labirinto de escavações que estão encontrando na região. Os militares revelam ter descoberto 31 túneis desde o começo da fase terrestre da operação "Limite Protetor", no dia 17 de julho. Mas especialistas apontam para um número bem maior, no que consideram ser um dos maiores esforços de construção do Hamas nos últimos anos.

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Cada túnel tem várias entradas e ramificações, que os israelenses chamam de "artérias". A maioria tem paredes de concreto, eletricidade, telefonia, comida e fontes d’água, além de arsenais de armamentos, uniformes e até mesmo algemas e seringas com tranquilizantes (que seriam usados em tentativas de sequestro). Um dos túneis, de mais de um quilômetro e meio de extensão a 18 metros abaixo da terra, descoberto em 2013, utilizou mais de 500 toneladas de concreto a um custo estimado de US$ 10 milhões, suficientes para a construção de um prédio de três andares. Outras escavações têm até 2 quilômetros, mas a média de extensão é de 400 metros. Segundo o governo israelense, o dinheiro para as obras vem, atualmente, do Qatar.

Para não serem detectados, os construtores desenvolveram seus próprios métodos. Quase todas as entradas para os túneis clandestinos ficam dentro de prédios, incluindo casas de civis, repartições públicas ou estufas, o que facilita a retirada de terra sem que os israelenses detectem por via aérea.

"Temos que entrar em áreas urbanas para proteger nossas tropas que procuram por esses túneis", alega o general Gadi Shamni a jornalistas numa entrevista sobre as construções, admitindo que Israel não tem tecnologia, atualmente, para detectar essas obras.

Os túneis também são usados como depósitos de armamentos e esconderijos de militantes, o maior objetivo é ações de infiltração em Israel. Foi o que admitiu o porta-voz do Hamas, Abu Obeida em entrevista à rede de tevê Al Jazeera.

"Os túneis são apenas uma arma usada pela resistência. Eles podem ser usados como posições de defesa, mas são transformados em posições de ofensiva a qualquer momento", disse Obeida.

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