"Acordei apavorado, sem saber o que estava acontecendo. Minha cama e o lustre balançavam, e eu senti o prédio dançar", contou ao por telefone ao G1 o brasileiro Márcio Mattoso Boaventura, 25, que vive há dois anos e meio em Roma e testemunhos os efeitos do terremoto desta segunda-feira na região de L'Aquila. O estudante de psicologia, que aluga um quarto de um apartamento no sexto andar, disse que os moradores saíram de seus quartos para ver o que tinha acontecido.

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O tremor durou cerca de 30 segundos e foi registrado às 3h45 desta segunda (22h45 de domingo em Brasília). As informações sobre a força do terremoto ainda são confusas: enquanto parte das agências de notícias estima magnitude de 5,8 graus na escala Richter, outras fontes afirmam que o terremoto chegou a 6,7 graus na mesma escala. A região mais afetada foi a de L'Aquila, área montanhosa a leste de Roma.

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"A sensação é de não saber o que vai acontecer. O terremoto durou cerca de 30 segundos, mas parecia que ele se estendeu por um minuto", afirmou Boaventura, de São Paulo. Ele afirma que, pelo fato de nunca ter testemunhado algo parecido, demorou para entender a situação. "A dona da casa onde moro, uma senhora italiana, já passou por isso outras vezes e sabia logo de cara que era um terremoto."

Segundo o estudante, hoje só se fala sobre isso em Roma: "cada um quer contar sua experiência".

Tremor

Para a brasileira Eloá Nascimento dos Santos, 25, a situação foi menos traumática. Há três meses em Roma, onde faz mestrado em economia, ela estava dormindo na hora do terremoto. "Senti a cama tremer, mas ela não saía do lugar porque estava presa a um móvel. Eu estava com febre alta e, por isso, cheguei até a achar que era alucinação", contou a estudante que, no Brasil, vivia em Santa Tereza (Rio).

Seu namorado, Luis Juracy Rangel Lemos, 29, chegou a acender a luz, mas também voltou a dormir. "Só hoje pela manhã, quando a vizinha veio comentar com a gente, descobrimos que era um terremoto. Só se fala nisso, estão todos bastante preocupados com as áreas mais atingidas. Perto de nós, não houve incidentes mais graves", afirmou a estudante.

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Segundo ela, somente os italianos souberam imediatamente que se tratava de um terremoto. "Minha vizinha ficou com o filho perto de uma pilastra, por uma questão de segurança."

A brasileira Luisa Gomes Mendonça, de 42 anos, mora em Riano, na província de Roma, e contou ao G1, por telefone, que sentiu o tremor na madrugada. "O cachorro latiu e nós sentimos tudo tremendo. Até saímos na rua para ver o que era". Ela disse que a família do marido mora na região afetada pelo terremoto, mas que estão todos bem.

O último terremoto grave na Itália havia ocorrido em 1980, no sul do país, provocando a morte de 2.700 pessoas.