A Rússia e os Estados Unidos concordaram nesta sexta-feira em retomar os esforços pela realização de uma conferência de paz sobre a Síria, ampliando o escopo da atual discussão voltada para a eliminação das armas químicas no país do Oriente Médio.
Após uma nova reunião em Genebra para discutir o plano russo de desarmamento, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o chanceler russo, Sergei Lavrov, prometeram atuar conjuntamente para tentar acabar com um conflito que já dura dois anos e meio e causou mais de 100 mil mortes, além de provocar profundas divisões no Oriente Médio e entre as principais potências globais.
Uma nova reunião foi marcada para daqui a duas semanas, durante a sessão anual da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. Eles esperam obter avanços em Genebra na questão do desarmamento químico, para então marcar a data para uma conferência de paz.
"Estamos comprometidos em tentar trabalhar juntos, começando com esta iniciativa sobre as armas químicas, na esperança de que esses esforços possam ser recompensados e trazer a paz e a estabilidade para uma parte do mundo dilacerada pela guerra", disse Kerry numa entrevista coletiva conjunta.
O futuro dessa colaboração, acrescentou ele, "dependerá da capacidade de termos sucesso aqui nas próximas horas e dias a respeito do assunto das armas químicas".
Já Lavrov disse que a discussão sobre as armas químicas ocorrerá paralelamente ao trabalho preparatório para a conferência de paz de Genebra.
A Síria aceitou nesta semana a proposta russa que coloca seu arsenal químico sob controle internacional. Em troca, o governo de Bashar al-Assad espera ser poupado de um ataque dos EUA, que desejam puni-lo pelo suposto uso de gás sarin contra civis em 21 de agosto. Assad nega ter cometido esse ataque, que matou cerca de 1.400 pessoas.
Depois de receberem a proposta russa, os EUA suspenderam os preparativos para uma ação militar, mas não dizem que essa hipótese não está afastada definitivamente.
Rússia e EUA já concordaram, meses atrás, em promover uma conferência de paz para a Síria, mas as duas potências divergem sobre quem deverá participar do evento. Moscou resiste aos apelos dos rebeldes sírios e de líderes ocidentais para que Assad dê lugar a um governo transitório.
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