Advogados egípcios pediram hoje uma investigação internacional sobre a morte de 37 islamitas no domingo que estavam sob custódia policial. Um laudo pericial aponta que os mortos, apoiadores do presidente deposto Mohammed Mursi, morreram sufocados por causa do uso de gás lacrimogêneo, quando a polícia tentava evitar uma fuga em massa num grupo de mais de 600 suspeitos que eram levados para uma prisão nos arredores do Cairo.

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O caso ocorre em meio à crise no país, que vive estado de emergência e toque de recolher desde a semana passada, quando tiveram início os confrontos entre as forças de segurança e apoiadores de Mursi.

Mais de 800 pessoas já morreram nos últimos seis dias. Hoje um ataque com foguetes na região do Sinai matou ao menos 24 policiais.

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Fotos dos presos apresentadas por advogados mostram cadáveres com rostos e membros queimados, e outros com machucados que, segundo os advogados, resultaram de torturas. Detalhes do incidente continuam obscuros, segundo eles.

"Comissões investigativas neutras devem ser formadas, não as egípcias (...). A verdadeira crise é que o Judiciário está fornecendo um véu para encobrir aqueles que violam a lei e sancionam o derramamento de sangue", disse Ahmed Abu Baraka, um dos advogados que representam os 600 presos. As autoridades negam que tenha havido abusos no incidente de domingo.

Nações Unidas

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu "uma investigação completa" sobre as mortes. Segundo o porta-voz das Nações Unidas, Martin Nesirky, Ban "está profundamente consternado".

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