A Agência Internacional de Ener­­gia Atômica (AIEA) confirmou ontem que o Irã começou a enriquecer urânio a 20% na usina de Fordo, no centro do país. As ativi­­dades nucleares podem au­­men­­tar a tensão entre o país islâmico e o Ocidente.

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Em comunicado, a agência afirmou que "todo o material nu­­clear na instalação permanece sob supervisão da agência".

Pouco antes, o representante iraniano na AIEA havia anunciado que as operações em Fordo ha­­viam começado. A informação foi confirmada por um diplomata ocidental.

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Atrito

A confirmação da AIEA pode aumentar o atrito entre o Irã e o Ocidente em relação à questão nuclear do país. A república islâmica é acusada de usar o enriquecimento para a produção de armas atômicas, mas as autoridades negam.

Com a inauguração de Fordo, a estimativa é de que as conversas entre as partes possam ser bloqueadas. Há tentativas de ne­­gociação sobre o programa nuclear com membros do Con­­selho de Segurança da Orga­­ni­­zação das Nações Unidas (ONU), mas há um ano que o diálogo está paralisado.

A instalação de Fordo é a se­­gunda de enriquecimento de urânio no país. A outra é a usina de Natanz, inaugurada em 2006, onde cerca de 8 mil centrífugas já funcionam.

Porém, a nova planta é mais segura e protegida contra ataques aéreos. Sua construção era mantida em segredo até que agências de inteligência ocidentais identificaram a área em 2009.

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As atividades do programa nuclear iraniano são o principal motivo da disputa com o Ocidente. A tecnologia pode ser usada para a geração de energia, mas também material para armas nucleares.

Os EUA e seus aliados desconfiam que o Irã use o combustível para fazer bombas atô­­­­micas, com o avanço tecnológico. Já a república islâmica afirma que a pesquisa visa o for­­necimento de energia e o tratamento médico, e não pretende interromper o programa.