A União Europeia e não o Irã sairá perdendo com as novas sanções da UE proibindo a compra de petróleo iraniano, disse o presidente Mahmoud Ahmadinejad nesta quinta-feira, enquanto parlamentares diziam que poderiam cortar o fornecimento aos países europeus antes do prazo final em 1.º de julho.
"É o Ocidente que precisa do Irã e a nação iraniana não perderá com as sanções", disse Ahmadinejad em seus primeiros comentários públicos sobre a questão desde que os 27 países-membros da UE concordaram com o bloqueio na segunda-feira.
"Houve um tempo em que 90% de nosso comércio era com os europeus. Isso agora caiu para 10 por cento. Nós não pedimos isso. Corte (o comércio) e vamos ver quem vai arcar com as perdas", disse ele em extratos de um discurso transmitido por rádio.
Teerã disse que o prazo de seis meses da UE para que o bloqueio entrasse em vigor indica as dificuldades do bloco em cortar o fornecimento de petróleo iraniano enquanto enfrenta incertezas econômicas sem precedentes devido a uma crise da dívida. A UE é o segundo maior comprador do petróleo iraniano, depois da China.
O Parlamento vai debater no domingo uma lei que obrigará o governo a suspender as exportações de petróleo antes do prazo de 1.º de julho, estipulado pela UE para diminuir o golpe às economias enfraquecidas de Grécia, Itália e outras, de quem o Irã é um importante fornecedor.
"Todos os países europeus que fizeram do Irã o alvo de suas sanções não poderão comprar nem mesmo uma gota de petróleo do Irã e as torneiras de petróleo serão fechadas para eles para que eles não brinquem mais com fogo", disse o parlamentar Nasser Soudani à agência de notícias semioficial Mehr.
A medida de UE e novas medidas norte-americanas que tornam mais difícil para países comprarem petróleo do Irã, que é o segundo maior exportador da Opep, constituem as mais duras sanções até agora feitas para pressionar Teerã a moderar seu programa nuclear.
Elas foram feitas enquanto Ahmadinejad luta para controlar o aumento da inflação e uma crise monetária que em parte foi causada pelo impacto psicológico das novas sanções.
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