Após o presidente do Egito ser deposto pelas Forças Armadas, a Anistia Internacional pediu que as forças de segurança, incluindo o Exército, façam o que estiver ao alcance para proteger os direitos humanos do povo egípcio, independentemente da filiação política.
"Neste momento de grande tensão e com a Constituição suspensa, é mais importante do que nunca que os militares cumpram com as obrigações do Egito sob a lei internacional de direitos humanos", disse Salil Shetty, secretário-geral da Anistia Internacional, em nota da organização.
De acordo com a Anistia Internacional, há histórico de violação de direitos humanos no Egito por parte das Forças Armadas e da polícia. O Exército, segundo a organização, informou que vai usar "máxima força e determinação" se houver atos de violência.
"Em meio a temores de possíveis represálias e ataques de vingança contra partidários do presidente Mursi, juntamente com a tendência preocupante de violência da multidão e agressões sexuais contra mulheres, este é um momento de extrema cautela", disse Shetty.
Pelo menos, quatro apoiadores do presidente egípcio deposto Mouhamed Mursi em confrontos entre forças de segurança e grupo armado partidário de Mursi na cidade de Marsa Matruh, no Nordeste do Egito.
Para a Anistia Internacional, nenhuma pessoa deve sofrer punição por exercer, pacificamente, a liberdade de expressão, de associação ou reunião. "Qualquer pessoa detida deve ser prontamente acusada por algum crime previsto em lei ou liberada. E as forças de segurança devem abster-se de usar a força excessiva e desnecessária", defendeu a entidade, que tem observadores no Egito.
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